Apesar do impressionante desenvolvimento tecnológico alcançado nas últimas décadas em todas as áreas do conhecimento humano, a cada dia que passa tenho a impressão de que algo nos puxa sempre para uma outra época, como se quisesse que nunca nos afastássemos dos períodos mais terríveis e violentos da nossa história: A dos cangaceiros, bandoleiros  e justiceiros que infestavam o sertão nordestino até meados do século passado.

Para impressionar as crianças e adolescentes, fatos eram contados pelos mais velhos de forma assustadora. Diziam que os cangaceiros e bandoleiros, depois que matavam uma família, pegavam criancinhas, jogavam pra cima e aparavam  com um daqueles punhais que de tão grande mais parecia uma espada. Verdade ou mentira? Não sei. As versões sobre bandoleiros e justiceiros também eram impressionantes. Mas isso é outra história.

Quando vemos no sertão dez, doze bandidos ocuparem uma cidade logo penso no tempo dos cangaceiros. Uma das diferenças para essa época é o fato de que agora eles querem o dinheiro dos bancos, ao contrário do passado, quando queriam tomar dos moradores de uma cidade. Esses moradores até se reuniam para enfrentar os cangaceiros, o que não fazem agora, é claro, porque nada é tomado deles. E a polícia, em número ínfimo e sem estrutura, nada faz, nada pode fazer, corre e se esconde como antigamente.

Portanto, vejo semelhanças demais. Os cangaceiros de hoje dominando tudo, amedrontando a todos, matando, destruindo famílias, menos as nossas autoridades, assim como era no tempo dos cangaceiros, bandoleiros e justiceiros.

E quando o povo consegue por as mãos em um ladrão desses, a pancadaria come solta. São os justiceiros.

Enquanto isso o governador Vilela recupera-se de um abalo em sua saúde com as mortes e a violência desgraçando a vida de tantos.

Desejo melhoras sinceras ao chefe do Executivo. Mas lembro que ele ainda não pediu desculpas pelas velinhas acesas da propaganda que comemorava o fim da violência em Alagoas.

De fato, mais uma semelhança com o século passado dos cangaceiros, justiceiros e bandoleiros, quando a maior autoridade não estava nem aí para o sofrimento enfrentado pelo povo.

Será que estamos voltando ao tempo em que a lei era a do mais forte?