Latrocínio: Toda reação provoca uma ação de igual ou maior intensidade

07/10/2013 20:46 - Paulo Chancey
Por Paulo Chanccey
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“Toda ação provoca uma reação de igual ou maior intensidade, mesma direção e em sentido contrário”.

É a lei da física, a 3ª. Lei de Newton, que extrapola os limites da ciência para explicar também fatos do nosso cotidiano.

Lendo, daqui da Bahia, uma matéria publicada aqui no portal,  por sinal assinada pelo meu filho Paulo Chancey Júnior, juntamente com Ludimila Calheiros, é evidente que fiquei, assim como toda a sociedade alagoana, estarrecido com mais uma vida que tombou diante da violência desenfreada que toma conta de todos os espaços. Já não existe mais os chamados “lugares perigosos” pelos quais outrora nossos pais nos advertiam para não passar, pois poderíamos ser assaltados ou sofrer qualquer tipo de violência, geralmente lugares ermos, esquisitos. Nada disso. Hoje em dia, qualquer lugar é perigoso, os meliantes não estão mais em seus redutos à espreita dos desavisados. Eles estão no meio de nós, em toda parte, usando roupas iguais ou melhores que as nossas. Um disfarce perfeito.

Mas, trazendo a discussão para o fato ocorrido com o empresário vítima de latrocínio, em Mangabeiras, enquanto esperava, dentro do carro, por sua esposa que estaria saindo de um laboratquem assiste o vídeo disponibilizado logo percebe tratar-se de mais um caso típico de auto-heroísmo, ou seja, quando o indivíduo tem um rompante de coragem e ignora todos os riscos para salvar, não a si mesmo, mas aos seus bens materiais. É óbvio que lamentamos a sua morte, mas o cidadão cometeu duas graves falhas que não podem ser cometidas por quem pretende ficar no plano físico por mais algum tempo. A primeira delas, por sinal a mais cometida pela maioria das pessoas vítimas desse tipo de violência, é o comodismo, o desleixo, e o descaso com a própria segurança e a própria vida, no caso, ficar esperando dentro do carro estacionado por alguém que ainda vai demorar alguns minutos para chegar. O mais correto, ou melhor, mais seguro é encostar o carro e descer imediatamente, trancando-o e afastando-se dele, de preferência entrando no estabelecimento onde estacionou. A segunda, e a pior das falhas é exatamente querer ser herói de si mesmo quando for abordado por um meliante, tentando domina-lo, agredi-lo ou mesmo escapar levando o objeto de desejo dele.

Nem sempre o meliante tem a intenção de matar sua vítima. Ele só quer roubar, e se ninguém bancar o herói, a chance de sobrevivência é muito grande, mas infelizmente, algumas pessoas não admitem a idéia de ter que entregar seus pertences e esquecem que o meliante também está sob pressão, e que, quando se sentir ameaçado não pensará duas vezes em matar alguém que reage e ameaça a ele. Eis ai a lei da física se fazendo presente no sentido inverso: para cada reação corresponde uma ação de igual ou maior intensidade.

Não adianta apenas cobrar políticas públicas por parte do governo ou protestar pelas ruas. É importante que nessa luta desigual contra a violência, e pela sobrevivência, cada um faça a sua parte, e nesse tipo de ocorrência não há nenhuma dificuldade: ao invés de apenas parar, estacione o carro, desça, tranque-o e afaste-se dele, mas se não fizer isso, ainda tem uma chance de se salvar, caso seja abordado pelo meliante: entregue tudo, inclusive o carro. A vida vale muito mais.

 

 

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