Um homem passou cinco meses e 14 dias em um presídio de segurança máxima em Rondônia por um crime que não cometeu. O pedreiro Evaldo Cunha da Silva, 38 anos, foi preso em uma blitz em abril, pois havia um mandado de prisão contra ele por tráfico de drogas em Goiânia. As informações são do Jornal Nacional.
Evaldo perdeu a carteira de identidade em 2001. Ele registrou ocorrência em uma delegacia e usava desde então a habilitação de motorista. Contudo, outro homem comprou a identidade do pedreiro e a usava como se fosse sua desde então.
A vítima diz que foi levada pela polícia a um presídio provisório, onde diz que foi espancado junto com outros presos. Depois ele foi encaminhado ao presídio de segurança máxima. "Todo mundo da cela que estava comigo acreditava em mim. Eles me chamava de 'coroa inocente'. Todo mundo ficou alegre de eu voltar para casa e me deram um conselho: esquece tudo que tu viu aqui e segue tua vida."
Um investigação indicou que o homem que usava a identidade do pedreiro estava no mesmo presídio, em uma cela ao lado. "Tenho um filho no nome dele, casei no nome dele, comprei até casa no nome dele. Acho que ele não deve pagar por uma coisa que ele não fez, né?", disse o homem, que não quis se identificar.
A Justiça descobriu que Evaldo era inocente durante um mutirão no presídio no mês passado. O magistrado que atendeu o pedreiro diz que este esclareceu a história e não caiu em contradição. "Prontamente entrou em contato com a Polícia Civil de Goiás, pegando o prontuário da pessoa que realmente havia cometido o delito em Goiânia e teria sido preso naquela localidade. Em razão disso, fizeram a perícia e constataram que quem estava preso nessa unidade realmente não era o autor do crime", conta o juiz Felipe Rocha.
O advogado de Evaldo diz que entrar na Justiça para pedir indenização por danos morais e materiais contra o Estado de Goiás. O Tribunal de Justiça de Rondônia diz que vai apurar a suposta agressão contra o pedreiro.