Sensação de insegurança e impunidade. Assim pode ser classificado o sentimento de moradores e comerciantes da Avenida João Davino, no bairro de Jatiúca, em Maceió, que sofrem com assaltos constantes e pouco podem contar com a ajuda da Polícia Militar, que alega problemas de estrutura e contingente na região.
Com uma área que mescla casas e apartamentos dividindo espaço com estabelecimentos comerciais de vários ramos, a Avenida João Davino tem grande movimentação durante o dia, mas no final de tarde, principalmente nas vias que dão acesso, assaltos têm sido constantes.
Segundo um comerciante da região, que preferiu não se identificar, já que seu estabelecimento é bastante conhecido, num período de 15 dias, foram cerca de quatro assaltos registrados na região. “Graças a Deus o meu estabelecimento não foi roubado, mas sempre vemos aqui na frente, além de pessoas comentando. Eles chegam mesmo, sem cerimônias e levam o que você tiver”, afirmou.
Uma característica dos criminosos é o fato de assaltarem principalmente as mulheres e fugindo em bicicletas e motocicletas, em sua maioria as famosas “cinquentinhas”. De acordo com uma arquiteta que mora na região e estava voltando para o trabalho, por volta das 16 e foi assaltada, o pior de tudo é a sensação de impunidade.
A moradora afirmou que saía de casa e ao entrar em seu veículo, um jovem de bicicleta a abordou, atacou a sua bolsa e seu celular. Ela confirmou que reagiu, uma vez que o assaltante estava desarmado e ainda correu atrás dele, mas não conseguiu alcançá-lo. Coincidentemente, passavam na hora duas viaturas, sendo uma da Polícia Militar e outra da Força Nacional. Ambas não conseguiram alcançar o jovem, que levou a bolsa da arquiteta, com documentos, dinheiro, chave de casa e celular.
Porém, o pior, segundo ela, que também não quis revelar o seu nome em razão de segurança, foi a falta de contribuição das Polícias Militar e Civil. “No dia do assalto, não vi muito esforço da parte da PM e depois, passei dias para conseguir fazer o boletim de ocorrência. Eles me falaram que iriam me fazer um favor. Confesso, fiquei com raiva e ainda mais constrangida com a atuação da polícia, do que no dia que fui assaltada”, criticou.
Diante da atuação da PM, o CadaMinuto foi até o PM Box situada no Posto 7, que cobre aquela região. Em contato com os militares de plantão, o que se pode passar de informações, é que esta região da orla de Maceió e a Avenida João Davino, depois das 20h, é aconselhada a trafegar e caminhar com segurança, devido ao pouco movimento.
Porém, de acordo com o cabo Pereira, faltam condições de trabalho para dar conta de uma região considerada nobre, além do reconhecimento do trabalho que não é feito, deixando assim, vários militares descontentes. “Só temos uma viatura que fica rodando, os policiais de bicicleta, só no período da tarde e os policiais que ficam aqui, não podem sair. Ficam a mercê dos bandidos, que as vezes passam aqui nos encarando. Ficamos dois de plantão, um protegendo o outro”, criticou.