A terça-feira (17) pode reservar mais um capítulo do caso Roberta Dias. Isso porque, a acusada de ser autora intelectual do crime, a ex sogra da vítima, Mary Jane, pode se apresentar a polícia nas próximas horas. Mas, segundo o advogado de defesa, tudo depende de uma conversa com o juiz da Comarca de Penedo.
Segundo um dos advogados de Mary Jane, uma reunião que acontece nesta manhã com o juiz da Comarca de Penedo, Antônio de Barros Silva, irá tratar de detalhes do inquérito e caso haja um mandado de prisão, a acusada será apresentada em Maceió.
“Estou aqui em Penedo para conversar com o juiz sobre alguns pontos do inquérito. Um deles é a existência ou não de mandado de prisão contra a minha cliente. Tenho a cópia integral do inquérito e nada pede a sua prisão. Então, tudo vai depender disso”, afirmou.
Caso o mandado de prisão já tenha sido expedido, mesmo não tendo sido encaminhada cópia para os advogados de defesa, a apresentação da acusada pode acontecer ainda nesta terça-feira, segundo o Leonardo Moraes.
“A cliente não está conosco, justamente para evitar problemas. Vamos tratar da situação aqui, caso seja necessária a apresentação, ela se apresentará na Deic ou na Delegacia de Homicídios em Maceió”, finalizou.
ATUAÇÃO DA DEFESA
O advogado Leonardo Moraes, que faz a defesa de Mary Jane, acusada de encomendar o sequestro do estudante Roberta Dias, ocorrido em abril de 2012, na cidade de Penedo, irá requer junto ao Ministério Público Estadual (MPE/AL) que o Grupo Estadual de Combate às Organizações Criminosas (Gecoc) acompanhe as investigações sobre o caso, conduzida pela Divisão Especial de Investigação e Capturas (Deic).
Moraes alega que seu pedido será sustentado pelo cooperativismo existente dentro das polícias, já que a investigação resultou na prisão de três agentes da Polícia Civil, apontados como os executadores do crime. “Polícia não pode investigar Polícia. Nunca vi o resultado de uma investigação como essa dá certo”, argumentou.
Segundo ele, é injustificável a prisão dos agentes Carlos Freire Cardoso, 34, Cledson Oliveira da Silva, 33, e Carlos Bráulio Lopes Idalino, sem que o delegado Rubem Natário, que na época no crime era titular da delegacia de Penedo, seja ao menos investigado no caso. “Se foram presos os policiais, porque também não prenderam o delegado”, questionou.
Moraes salienta que a informação de que Mary Jane tem parentesco com os policias é inverídica. “Ela nem conhece eles”. Ele afirma que pela forma com a investigação está sendo conduzida é muito provável que mais na frente seja provada a inocência dos policiais no caso.
De acordo com a investigação da PC, Idalino teria sido o homem que forçou Roberta Dias a entrar em um veículo, com uma arma apontada para a cabeça. O crime teria sido encomendado pela ex-sogra de Roberta Dias, Mery Jane, por R$ 30 mil pago aos policiais. Um homem identificado como Jorge Ferreira continua foragido.
A possível elucidação da morte da estudante revelou um esquema de tráfico de drogas, na cidade ribeirinha.