Um balanço feito pela Secretaria de Estado da Defesa Social contabilizando mulheres vítimas de violência doméstica apontou que de janeiro de 2008 a julho de 2013 cerca de 28. 650 registraram ocorrências de agressões deste tipo. O número pode ser bem maior, já que por medo, dependência financeira e psicológica, e até mesmo a crença de que o caso foi isolado, muitas não levam a agressão ao conhecimento da polícia. As ocorrências se dão por na maioria das vezes por motivos banais, como a registrada na noite dessa quarta-feira (14) quando um jovem agrediu sua esposa, uma menor de 16 anos, por não poder comer pão com ovo.

Ari Estevan Silva, 22, teria bebido e quando voltava para sua residência, localizada na Travessa Santa Rita, no bairro do Clima Bom, decidiu que iria comer pão com ovo. O jovem comprou o pão e seguiu para casa, ao perceber que no local não havia ovo ele se revoltou e começou a quebrar tudo. Apavorada a menor pediu ao marido que se acalmasse e acabou agredida. Muito machucada ela conseguiu se livrar das agressões e fugiu para casa de uma prima, onde acionou a polícia.

Uma guarnição pertencente ao 4º Batalhão de Polícia Militar, se dirigiu até a residência do casal e prendeu o acusado. Completamente descontrolado ele chegou a agredir novamente a esposa com um soco nas costas na presença dos policiais. Os dois foram encaminhados à Central de Flagrantes, localizada na Avenida Fernandes Lima, no bairro do Farol. A delegada de plantão ouviu o casal e autuou Ari por lesão corporal baseada na Lei Maria da Penha.

Registrando casos deste tipo há cerca de seis anos, a delegada Fabiana Leão, responsável pela Delegacia de Defesa dos Direitos da Mulher I (DEDDMI), revelou em entrevista ao CadaMinuto que não há um perfil exato de agressor, mas na maior parte dos casos, a violência se dá pela existência de fatores como o alcoolismo, registrado como catalisador  da agressão sofrida pela adolescente.