Os homicídios são hoje a principal causa de morte de jovens de 15 a 29 anos no Brasil e atingem especialmente jovens negros do sexo masculino, moradores das periferias e áreas metropolitanas dos centros urbanos.

Penúltimo estado brasileiro nordestino em área , maior apenas que Sergipe, e 16º em população, Alagoas é um dos maiores produtores de  corpos mortos expostos ao descaso social. A grande maioria desses corpos é de  jovens pretos e pobres.

Segundo o *Mapa da Violência 2013: Homicídios e Juventude no Brasil, Maceió é a capital mais violenta do país. A capital registrou um aumento de 116,1% no número de homicídios. Em 2001, foram registrados 485 assassinatos contra 1.048 em 2011.

Alagoas registrou um crescimento de 171,1% no número total de assassinatos entre os anos de 2001 e 2011, bem acima da média anual, que foi de 146% no mesmo período. Esses números fizeram o Estado saltar da 12ª para a 1ª colocação no ranking de estados mais violentos do Brasil.”

Em uma lógica perversa a  população de Alagoas está envelhecendo porque vidas jovens estão sendo sepultadas cedo, muito cedo. Os corpos mortos expostos são enterrados em valas rasas, com um desprezo, socialmente, silencioso. E o silêncio social é literalmente mortal para que  ações, como políticas de estado, ganhem vida, rompam as fronteiras da indiferença institucional.

O Estado não tem priorizado a prevenção e  o controle  do crime diário e cotidiano.

Ações que deveriam ter vindo com o Plano de Prevenção à Violência Contra a Juventude Negra, denominado Juventude Viva, implantado pelo Governo Federal, no estado, em setembro do ano de 2012 .

Ações que previnam  e  reduzam a vulnerabilidade dos jovens a situações de violência física e simbólica, a partir da criação de oportunidades de inclusão social e autonomia; da oferta de equipamentos, serviços públicos e espaços de convivência em territórios que concentram altos índices de homicídio; e do aprimoramento da atuação do Estado por meio do enfrentamento ao racismo institucional e da sensibilização de agentes públicos para o problema.

Com tanto sangue encharcando  de vermelho, becos, vilas, vielas, grotas e  a flagrante ausência “da oferta de equipamentos, serviços públicos e espaços de convivência em territórios que concentram altos índices de homicídio”, o  racismo em Alagoas é o crime perfeito.

No 12 de agosto,  dia Internacional da Juventude, muit@s, mas muit2s jovens pobres e pret@s em Alagoas não participaram da festa, pois se transformaram em dados estatísticos do Mapa da Violência.  Não mais pertencem ao mundo dos vivos!

O racismo em Alagoas é o crime perfeito!

Juventude Viva?

 

 

*Com informações: http://g1.globo.com/al/alagoas/noticia/2013/07/mapa-da-violencia-2013-aponta-maceio-como-capital-mais-violenta.html