Atualizada às 15h47

Confusão, disparos e pânico marcaram a manhã deste sábado (10) na frente do Cadeião depois  que agentes penitenciários deflagraram uma greve de advertência por umperíodo de 48 horas.

Quando souberam que as visitas não iam acontecer os presos começaram a depredar as celas e quebrar as grades. Cinquenta policiais do Bope foram designados para garantir a segurança dos agentes.

Uma guarnição especializada da Policia Militar entrou no presídio . Lá fora os parentes dos presos ao ouvirem disparos e explosões se desesperaram e a confusão teve início. Uma mulher que estava com o filho no colo foi ferida na boca.

Duas ambulâncias entraram no presídio. O Cadaminuto apurou que um agente teve a perna quebrada ao cair da guarita no momento da invasão e outro teria sido atingido na cabeça por um objeto jogado pelos familiares dos reeducandos.

Os familiares dos detentos que aguardavam para fazer a entrega dos alimentos se revoltaram com o impedimento da visita. A esposa de um preso que preferiu não se identificar disse que "a assistente soacial telefonou e avisou que haveria visita. Trouxe alimentos e estou aqui desde as 3h30 da madrugada. Isso é uma falta de respeito" desabafou nervosa.

Outra mulher que aguardava para visitar seu companheiro relatou que os agentes "tratam  as famílias dos detentos como se todos fossem bandidos. Um deles quis que revistar até o ânus de meu filhinho de apenas seis meses. Isso é um desrespeito", disse aos prantos.

As mulheres se colocaram na frente do portões do Cyridião Durval e do Baldomero Cavalcante gritando palavras de ordem e chegaram a atirar ovos contra os agentes.

O clima ficou tenso mesmo quando agentes da polícia especializada entraram no Cadeião e começaram a ser ouvidas explosões. O tumulto foi generalizado. Mulheres e crianças passaram mal. Pais choravam e um grupo revoltado quebou a guarita e arremessou pedras contra os policiais que revidaram com gás de pimenta.

Uma mulher que estava aguardando para visitar o esposo passou mal e foi socorrida por uma unidade de resgate e levada ao Hospital Geral do Estado. 

Depois de muito tumulto, foi possível ver um grupo de presidiários sentados no chão, no fundo do pátio da unidade prisional. 

Os agentes junto com o Núcleo de Gerenciamento de Crises da polícia organizaram a fila e resolveram retomar as visitas.

No Baldomero Cavalcante a situação também ficou tensa quando um grupo de mulheres juntou bancos e leixeiras e ameaçaram atear fogo. Uma unidade do corpo de bombeiros foi acionada.