Após ser preso na manhã de hoje por agentes da Divisão Especial de Investigações e Capturas (Deic), o ex-prefeito de Traipu, Marcos Santos, negou ser o mandante do assassinato do ex-secretário de Traipu José Valter Matos Pereira. Santos disse ser vítima de armação e perseguição política.
Após prestar depoimento na sede da Polícia Civil, em Jacarecica, o ex-prefeito disse à imprensa que tudo não passava de uma armação. "Assim como Jesus Cristo foi crucificado e inocentado, me declaro inocente", disse à imprensa.
Ele atribuiu sua prisão à prefeita Conceição Tavares e à promotora de justiça Karla Padilha. Marcos disse que as duas atuaram politicamente para efetivar a sua prisão.
A prisão de Marcos Santos aconteceu em sua residência, localizada no bairro de Jatiúca, em Maceió. O ex-gestor de Traipu não resistiu à prisão, que foi solicitada pela Polícia Civil e Ministério Público Estadual (MPE) e teve mandado expedido pela Comarca daquele município. A ação foi comandada pela delegada Ana Luiza Nogueira. Ele foi conduzido até a delegacia-geral de Polícia Civil, localizada no bairro de Jacarecica, onde presta depoimento e, após exame de corpo de delito, será encaminhado à Casa de Custódia.
O Ministério Público solicitou a prisão de Marcos Santos após a localização do autor material do crime. Erivan Alves dos Santos, flagrado por câmeras de segurança da cidade, executando a vítima, foi detido em São Paulo, na última quinta-feira (18). Segundo o delegado-geral da Polícia Civil, Paulo Cerqueira, o acusado – durante depoimento – confirmou que o crime teve Marcos Santos como autor intelectual.
Sobre o caso, a delegada não passou muitas informações à imprensa já que, segundo ela, as investigações são coordenadas pelo Ministério Público Estadual (MPE).
A prisão solicitada foi de caráter temporário, que prevê detenção de 30 dias. Entretanto, o MP/AL já analisa a possibilidade de pedir a conversão da prisão temporária em prisão preventiva, que passa a não mais ter prazo definido de reclusão. “Há informações claras sobre a participação dele no crime, mas não poderemos passar detalhes já que são sigilosas e o andamento do caso está com o MP”, colocou Ana Luiza Nogueira.
Já Paulo Cerqueira completou que a polícia ainda vai investigar se o político tem participação em outros crimes ocorridos em Traipu. “Não estamos descartando essa possibilidade. Tudo está sendo apurado”, acrescentou o delegado-geral da PC.
Na sede da Polícia Civil, a mulher do ex-gestor, Juliana Santos, acompanha o caso de perto. Muito nervosa ela defendeu o marido afirmando que tudo não passava de uma grande armação e finalizou dizendo que a imprensa seria convocada pela família para que todos os esclarecimentos fossem repassados.
Crime há dois anos
O secretário de turismo de Traipu, José Valter Matos Palmeira, foi executado na madrugada do dia 14 de maio de 2011, no momento em que chegava a sua residência, localizada no Centro da cidade.
O executor, Erivan Alves dos Santos, 40, teria chegado ao local momentos antes e se escondido nos fundos de uma construção vizinha. Ao chegar e entrar na residência com seu carro a vítima é surpreendida pelo acusado e morta com dois disparos de arma de fogo na cabeça.
Desde o início das investigações, Erivan era apontado como o autor material do crime. O mesmo esteve foragido até o último dia 18.