Em apenas três dias, quatro policiais militares foram vítimas de arma de fogo. Os casos resultaram na morte do sargento Luiz Borges da Silva, 46, durante uma troca de tiros em um micro-ônibus; dois policiais baleados, no bairro do Clima Bom e do Benedito Bentes, e outro atentado contra um sargento da polícia durante um assalto a uma van de transporte complementar. Neste último, o disparo não atingiu o sargento.
Diante dos recentes casos envolvendo polícias militares, o CadaMinuto conversou com entidades policiais sobre a violência envolvendo estes profissionais.
O presidente da Associação dos Oficiais Militares de Alagoas (Assomal), major Wellington Fragoso, ressaltou as dificuldades para o policial exercer o profissão. “Os policiais estão perdendo espaço para criminosos. Hoje, quando a polícia age, para se defender, contra pessoas que cometeram crimes, inúmeras entidades vêm em defesa destas pessoas, mas quando a situação se inverte e os policiais são as vítimas, o apoio não é o mesmo”, questionou.
Fragoso ressaltou ainda a necessidade de leis mais rígidas contra criminosos e criticou o uso da tornozeleira. “O detento, hoje, possui muitas regalias e maior facilidade para cometer crimes, como o uso da tornozeleira, por exemplo. O objeto localiza o criminoso, mas não impede que outros crimes sejam cometidos”, afirmou.
O Major cobrou a urgência de mais efetivo policial e questionou o plano proposto pelo governo de remunerar policiais por áreas. “A proposta é uma forma de driblar o realinhamento salarial que nós exigimos”.
A Associação dos Subtenentes e Sargentos Militares de Alagoas (ASSMAL), por meio do sargento Teobaldo de Almeida, lamentou os crimes envolvendo policiais militares e a população, de forma geral, e ressaltou a necessidade de medidas mais rígidas para conter a violência no estado de Alagoas. “O policial militar está tão vulnerável quanto qualquer outro cidadão. É preciso que o governo tome medidas enérgicas para conter os altos índices de violência contra o cidadão.”
Em sua página na rede social, o presidente da Associação dos Cabos e Soldados (ACS) de Alagoas, cabo PM Wagner Simas Filho cobrou ação do Governo contra a violência. “Mais um militar é vitima da violência. Onde vamos parar diante desses fatos? É preciso uma reação enérgica dos poderes constituídos ou acabaremos todos mortos”, publicou.
Atentados contra policiais
O sargento Luiz Borges da Silva, 46, foi atingido durante uma troca de tiros em um micro-ônibus na noite desta quarta-feira (17), no bairro do Pontal da Barra.
Nesta quinta-feira (18) José Nildo da Silva foi atingido com dois tiros na perna ao ser abordado por um assaltante, no bairro do Clima Bom.
Na noite desta sexta-feira (19), um sargento aposentado foi baleado no Conjunto Cidade Sorriso, no bairro do Benedito Bentes. Durante esta tarde, um assaltante atirou contra o sargento da Polícia Militar durante um assalto a uma van de transporte complementar, no município de Matriz do Camaragibe, litoral Norte.