O cabo Williams de Oliveira, que atirou no jovem Igor Fernando do Nascimento, 22 anos, deve responder na justiça por homicídio doloso (quando há a intenção de matar) ou lesão corporal grave seguida de morte. O rapaz, que foi atingido na nuca por um disparo de arma de fogo do policial militar, teve a morte confirmada na noite desta segunda-feira (15), após passar quatro dias internado na Unidade de Emergência do Agreste (UEA), em Arapiraca.
De acordo com o Código Penal Brasileiro, caso o cabo seja denunciado por lesão corporal seguida de morte (se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não quis o resultado, nem assumiu o risco de produzi-lo), a pena de reclusão é de quatro a doze anos. Já se for por homicídio doloso, a pena é de 12 a 30 anos de reclusão.
O caso aconteceu na semana passada quando Igor Fernando passava de moto por uma blitz policial, na cidade de Teotônio Vilela, interior de Alagoas. O disparo do militar ocorreu depois que a vítima teria desobedecido a ordem da guarnição de parar a moto. Durante alguns dias, o rapaz estava internado, entubado e em coma, morrendo por falência múltipla dos órgãos.
As investigações estão sendo conduzidas pelo delegado do município Josias Lima. A reportagem do CadaMinuto tentou contato com a autoridade policial nesta manhã, mas Josias Lima não estava na delegacia. No entanto, um agente conversou com a reportagem e contou que desde o dia do fato, a Polícia Civil instaurou um inquérito, seguindo em diligências, ouvindo testemunhas.
Com a morte do rapaz, a polícia agora espera o laudo cadavérico e já encaminhou a arma do policial apreendida no dia do fato para a perícia. “Ele foi ouvido no mesmo dia, autuado em flagrante e segue preso na sede do 3º Batalhão. Já houve a comprovação do fato e não há dúvidas quanto à autoria. Se foi homicídio doloso ou lesão corporal grave seguida de morte, isso depende do entendimento do delegado e o andamento das investigações”, disse o agente, confirmando que novas pessoas devem ser ouvidas.
O prazo para a conclusão do inquérito é de 10 dias, já que houve o flagrante do crime.