A morte violenta de milhares de jovens a cada ano no País provoca redução da expectativa de vida em todos os estados, revela estudo divulgado nesta sexta-feira pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Em Alagoas, a expectativa de vida dos homens diminuiu 2,6 anos devido ao crescente número de homicídios, acidentes e suicídios de pessoas entre 15 e 19 anos, em sua maioria pardos.
O custo das mortes violentas em Alagoas é de R$ 1,7 bilhão, equivalente a 6% do PIB. Segundo o pesquisador do Ipea Daniel Cerqueira, o impacto é diferente em cada Estado. Em São Paulo, estado que registra a menor taxa de mortes violentas de jovens, o custo, de R$ 14,9 bilhões, representa 1% do PIB.
Em todo o país, as mortes violentas de jovens causam perda de bem-estar social equivalente a R$ 79 bilhões por ano. O custo equivale a 1,5% do Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma de todos os bens e serviços produzidos no País.
"A taxa de mortalidade é um custo de bem-estar social. É um custo em termos de dor, sofrimento, perda de produtividade, e representa um grande custo econômico. Só para ter uma dimensão do que representam R$ 79 bilhões, isso é mais do que o orçamento das secretarias de Segurança e de Justiça (ou Administração Penitenciária) de todos os Estados", disse Cerqueira.