O drama já se arrasta por cinco meses, completados neste sábado, dia 13 de julho. A denúncia foi feita ao Conselho Tutelar da 7ª Região, um dia após a violência. Uma menina de dez anos contou para mãe que sentia fortes dores no órgão genital. Questionada sobre o motivo, ela revelou ter sido abusada sexualmente pelo companheiro da avó.
Durante as investigações, a irmã mais nova da criança, de apenas seis anos, foi ouvida e disse também ter sido violentada. Os casos foram confirmados através de exames de conjunção carnal, a prisão do acusado foi solicitada, mas ele conseguiu foragir, com o auxílio da avó das meninas. O CadaMinuto teve acesso a foto do acusado, identificado como Dogival dos Santos.
O presidente do Conselho Tutelar da 7ª Região, Arildo Alves, foi procurado pela reportagem do CadaMinuto e ressaltou que há alguns meses já tinha recebido a foto de Dogival, mas que por orientação da delegada Bárbara Arraes, responsável pela Delegacia de Crimes Contra a Criança e o Adolescente, que comanda o caso, não poderia divulgá-la.
“Estamos acompanhando o caso nesses cinco meses. Entendemos que seria muito importante a divulgação da foto do acusado para que as pessoas pudessem ajudar em sua localização. A polícia está trabalhando, mas não há como monitorar as pessoas que estariam envolvidas com Dogival 24 horas por dia. Ele pode estar em qualquer lugar. Mas infelizmente seguimos as orientações dadas até agora e não divulgamos a foto”, completou Arildo Alves.
A delegada Bárbara Arraes (foto acima) informou que os trabalhos são constantes e que a determinação seria não revelar a foto para não atrapalhar os trabalhos de monitoramento da polícia. Questionada sobre a importância do auxílio da população, ela concordou que denúncias sobre a localização do acusado ajudariam nos trabalhos, mas que se elas não existissem não mudariam a situação e ressaltou que não teria a intenção de divulgar a foto.
Segundo o conselheiro, apenas duas ações foram realizadas até o momento uma na residência em que o homem morava com a avó das meninas, no bairro do Clima Bom, parte alta da capital, e outra no imóvel onde a mulher está morando agora, no bairro do Feitosa.
“Quando a denúncia chegou ao Conselho, a avó das meninas me procurou para dizer que a filha teria inventado a violência sofrida pela neta [a princípio sabíamos apenas que a maior tinha sido abusada] e que acreditava em seu companheiro. Pouco tempo depois soubemos que ela tinha colocado a casa para vender e se mudado para o Feitosa”, ressaltou lembrando que ela ainda estaria envolvida com o acusado e dando suporte a sua fuga.
Ainda segundo Arildo (foto abaixo), a mãe das crianças concordou em deixá-las com o pai. O medo acompanha a família desde então. As meninas estão tendo acompanhamento psicológico, custeado pelo pai, já que nenhum auxílio foi dado pelos órgãos públicos.
Meninas relatam o abuso sexual
No dia 14 de março os conselheiros tutelares da 7ª região ouviram o relato sofrido de Mariluze Borges da Silva, que revelava que sua filha tinha contado que no dia anterior teria sido estuprada. A menina não sabia exatamente a dimensão da violência que tinha sofrido, mas contou que há algum tempo vinha sendo molestada pelo companheiro da avó, com quem tinha uma relação muito próxima. Ela disse que o acusado passava a mão em suas partes íntimas constantemente, inclusive tentando penetrá-la com o dedo e que no dia 13 de março consumou o ato.
Durante a primeira entrevista concedida ao CadaMinuto, quando o caso completava dois meses, Arildo Alves, lembrou que o estado da criança era bastante complicado, que ela não podia sequer andar direito. Mas o drama da criança parecia não sensibilizar quem teria o dever de atendê-la. Por dois dias os conselheiros buscaram atendimento no Instituto Médico legal, que funcionava provisoriamente no Hospital Sanatório, mas encontraram as portas fechadas e só conseguiram ser recebidos após o caso ganhar repercussão na mídia.
Um inquérito foi instaurado pela Delegacia de Crimes Contra a Criança e o Adolescente, mas segue em sigilo. A delegada Bárbara Arraes, ouviu a menina e solicitou que sua irmã de seis anos também fosse questionada sobre a conduta do companheiro da avó. A criança também revelou ser violentada. Os exames de conjunção carnal feito nas duas irmãs comprovou o estupro da mais velha. A mais nova foi molestada, mas o ato não chegou a ser consumado.
Denúncias e prisão decretada
Dogival dos Santos teve a prisão decretada acusado de ter violentado duas irmãs de dez e seis anos. Segundo informações, ele teria conseguido foragir com o apoio da avó das meninas com quem mantinha um relacionamento amoroso.
Caso você tenha alguma informação sobre o acusado as denúncias podem ser feitas de forma anônima pelo Disque 181 ou diretamente na Delegacia de Crimes Contra a Criança e o Adolescente, através do telefone 3315-9941.