O sargento da Polícia Militar Josenildo Ferreira Cavalcante, preso pelo assassinato os jovens Edivaldo Polido Lins Neto, 26 anos, e Sílvio Bismark Ângelo, 24 anos, recebeu dinheiro de umas vítimas dos sequestros planejados pela quadrilha detida ontem durante a Operação Playboy para praticar o crime.

Segundo a Polícia Civil, uma das vitimas contratou o serviço do militar para se vingar após ter sido alvo de um sequestro relâmpago. Após sondar os locais que eram frequentados por Edivaldo e Sílvio, a militar conseguiu atraí-los para uma emboscada, levando-os até a cidade de Satuba, local onde aconteceram as execuções.

A polícia conseguiu chegou até o policial militar através do carro dos jovens, um Fiesta branco, que foi utilizado pelo executor no dia do crime. Após praticar os assassinatos, Josildo Ferreira retornou para sua residência com o veículo, que ficou estacionado na garagem do imóvel.

Ontem, a polícia conseguiu prender três integrantes da quadrilha, ao cumprir mandados de prisão expedidos pela 17ª Vara Criminal da Capital. As prisões foram efetuadas nos bairros da Ponta Verde, Jatiúca e Poço, durante a Operação Playboy, deflagrada pela Polícia Civil, por meio da Divisão Especial de Investigação e Capturas (Deic), sob o comando da delegada Ana Luiza Nogueira. 

Alexandre Melo, Denis Viana e Zé Neto estão presos sob a acusação de envolvimento em pelo menos dez sequestros relâmpagos; já Sylvio Bismarck e Edivaldo Polido Lins Neto estavam foragidos. Os corpos deles foram encontrados em Satuba por policiais militares da região. A identificação foi possível após a entrada dos corpos no Instituto Médico Legal Estácio de Lima, em Maceió.

 Segundo Ana Luiza Nogueira, Edivaldo Polido Lins Neto era funcionário terceirizado do instituto e quando o corpo chegou ao local, os servidores reconheceram a vítima por meio dos cartazes divulgados na noite de ontem pela polícia. 

Idosos com poder aquisitivo alto eram alvo da quadrilha

A delegada explicou o ‘modus operandi’ do grupo. Basicamente, o alvo eram idosos e pessoas acima de 40 anos com alto poder aquisitivo. Pessoas com carros de luxo também foram vítimas dos jovens.

Os seqüestros aconteciam nos bairros nobres da capital e as pessoas quando abordadas ficavam sob o poder do grupo por algumas horas. Neste tempo, eles usavam os cartões de crédito das pessoas para comprar roupas e artigos de luxo e também realizavam saques em dinheiro que posteriormente era gasto em bares da orla da capital.

“Eles colocavam as vítimas dentro de seus carros e levavam até lojas de grife dos bairros nobres onde realizavam compras. Eles também sacavam dinheiro para gastar em boates e bares caros da cidade. Eles eram conhecidos nos estabelecimentos pela assiduidade com que freqüentavam os locais”, disse Ana Luíza.

Alguns funcionários das lojas onde o grupo costumava realizar compras serão chamados para prestar depoimento. A PC quer saber se eles tinham envolvimento com a quadrilha. A delegada disse também que nas residências onde foram cumpridos os mandados foram apreendidos notebooks, roupas compradas com o dinheiro das vítimas, garrafas de uísque e eletrônicos.

A polícia também apreendeu uma arma com o sargento preso acusado de matar os jovens. A arma passará por um exame de balística para averiguar se foi a mesma usada nos crimes. Josenildo está preso no quartel da Polícia Militar e os três jovens presos serão conduzidos para a Casa de Custódia.