A polícia indiciou por homicídio qualificado tentado (tentativa de homicídio) o servidor público Josenilto dos Santos Lima, acusado de de efetuar um disparo contra um adolescente de 16 anos durante um protesto ocorrido na capital alagoana no dia 17 de junho. Ele, que é funcionário [mas está afastado do cargo] da Superintendência Municipal de Energia e Iluminação Pública de Maceió (Sima), foi preso nesta segunda-feira (1º), em sua residência, no bairro da Pajuçara, e levado à Delegacia de Homicídios.

A juíza Maria Verônica Correia, plantonista do Cartório Criminal, expediu no domingo (30) um mandado de busca e apreensão na casa do acusado, que foi cumprido pela Força Nacional na manhã desta segunda-feira numa ação comandada pelo Delegado Cícero Lima. Josenilto dos Santos chegou algemado à delegacia e não quis conversar com a imprensa.

Segundo o delegado, o revólver calibre 38 [possivelmente utilizado pelo acusado no dia do protesto] foi encontrado no guarda-roupa do servidor e a prisão foi efetuada já que Josenilto dos Santos recusava entregá-lo. “A prisão foi efetuada com foco de manter a ordem pública, já que ele não quis entregar a arma à polícia e poderia usar em outras ocorrências. Vamos solicitar à justiça a prisão preventiva”, disse o delegado à reportagem.

O adolescente M.A.M.S., de 16 anos, foi atingido por um tiro no rosto durante o protesto de estudantes no bairro do Farol. O estudante foi socorrido e encaminhado ao Hospital Geral do Estado (HGE), mas como o tiro foi de raspão, não houve risco de morte.

A polícia chegou até o servidor após a identificação do carro, um Celta de cor prata e placa PGK 2600, locado pela Sima. Josenilto dos Santos confessou ter efetuado o disparo, mas em depoimento à polícia alegou que foi em legítima defesa.

Na semana passada, dia 26 de junho, a prefeitura de Maceió afastou os servidores por meio de portaria publicada na edição do Diário Oficial do Município. Desde o início, o prefeito Rui Palmeira cobrou rigor na apuração do caso, mostrando-se favorável e com “posição em defesa” de manifestações populares em busca de “cidadania, pacíficas e com respeito ao direito de ir e vir”.

Três dias depois do caso, o Superintendente Municipal de Energia e Iluminação Pública (Sima), Ib Breda, nomeou uma comissão composta por três servidores para apurar o suposto disparo efetuado pelos servidores Josenilto dos Santos Lima e Clodoaldo dos Santos. A portaria foi publicada na edição do Diário Oficial do Município do dia 20 de junho. A comissão está apurando os danos causados no veículo da prefeitura e a conduta de Josenilto e Clodoaldo durante o protesto.