Como se não bastasse o sofrimento pela morte trágica do pequeno, Felipe Vicente da Silva, 02, a família ainda pode ter que esperar 15 dias para a liberação do corpo para o enterro. Isso porque, o avançado estado de decomposição do corpo, obriga a Perícia e o Instituto Médico Legal (IML) a realizar exames odontológicos e de DNA, que irá prolongar o enterro e o sofrimento da família.
O CadaMinuto entrou em contato com o IML e uma funcionária afirmou que o corpo continuava na unidade e os médicos legistas precisariar de exames para odontológicos (arcada dentária) e se necessário DNA.
Em contato com o diretor do IML, Luiz Mansur, foi confirmado o procedimento praxe para a liberação do corpo da criança. “O corpo da criança está em avançado estado de decomposição, várias partes só os ossos e apesar das roupas, que ajudam muito, precisamos de exames que confirmem a identidade do menino”, afirmou.
Encontrado enterrado numa uma cova rasa em um terreno onde está sendo construído um galpão, na Rua João Lins Calheiros, no bairro do Tabuleiro do Martins, o corpo da criança, que não apresentava condições para o reconhecimento, tinha apenas a ajuda das roupas e dos sapatos que usava no último dia 16, quando desapareceu.
Apesar dos fortes indícios e da família confirmar que era mesmo Felipe Vicente da Silva, o IML precisa dos exames e caso o exame odontológico não confirme, um DNA precisará ser feito e o resultado pode demorar até 15 dias para ser divulgado.
“Sabemos da dor da família, mas esse é um procedimento praxe. Não podemos liberar qualquer corpo sem seja confirmada a sua identidade, a não ser em situações de indigente, o que não é o caso. Se for necessário o DNA, a liberação vai demorar um pouco mais, infelizmente”, disse.
A INVESTIGAÇÃO
Independente da liberação do corpo, paralelamente irá correr a investigação do bárbaro crime que matou a criança de apenas dois anos. À frente do caso desde o começo, a delegada Bárbara Arraes, que ainda aguarda posições da delegacia de homicídios sobre a investigação.
“A investigação começou a partir do momento em que encontraram o corpo. Existe uma comissão á frente, mas o delegado presente foi outro e vamos aguardar o posicionamento da coordenação para dar sequencia com diligências e depoimentos”, disse.
Junto com Arraes, estavam os delegados Denisson Albuquerque e Antônio Henrique, designados para acompanhar o caso especialmente pelo diretor geral da Polícia Civil, Paulo Cerqueira.
Mas, na diligência para o local onde o corpo foi encontrado, quem acompanhou foi o delegado de plantão na homicídios, Antônio Edson. O CadaMinuto tentou entrar em contato com o coordenador da delegacia de homicídios, Cícero Lima, mas não obteve sucesso.
O CASO
O pequeno Felipe Vicente da Silva desapareceu no dia 16 de junho, quando estava com a mãe em frente a casa avó, no Conjunto Cleto Marques Luz, no tabuleiro e a genitora o deixou sozinho por segundos para buscar uma mamadeira e não o encontrou.
Testemunhas contaram que o homem que levou a criança usava terno e gravata. Sobre o desaparecimento de Felipe, o conselheiro tutelar Fernando Silva afirmou que o fato de o menino não ter chorado ao ser levado intriga a família. “Achamos que é alguém conhecido e a Polícia está trabalhando em cima disso. Uma outra coisa que nos chama a atenção é a frieza do pai do menino diante de toda a situação”, relatou o conselheiro.
Uma denúncia dava conta de que o menino tinha sido visto na companhia de outras pessoas em uma casa lotérica no próprio conjunto onde ele desapareceu. A delegada solicitou as imagens do circuito interno de segurança do local e levou para que a mãe de Felipe fizesse o reconhecimento. Mas a esperança acabou quando a mãe dele disse que a criança que aparecia nas imagens não era seu filho.