Um relatório elaborado pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) apontou que os presídios brasileiros abrigam pelo menos 146 mil detentos a mais do que a capacidade permitiria. O CNMP inspecionou 1.598 unidades prisionais do País entre fevereiro de 2012 e março de 2013. Ao todo, elas têm capacidade para 302.422 pessoas, mas possuem 448.969 presos.

Dos presídios verificados pela pesquisa, 79% não separam detentos provisórios de definitivos. A taxa das prisões que mantêm juntos presos primários de reincidentes também é alta - 78%. E 68% das unidades prisionais não separam os detentos de acordo com a natureza do crime ou pela periculosidade do preso.

Mais de 20 mil fugas
Pelo menos 20 mil detentos fugiram das prisões no período pesquisado pelo CNMP, e 3,7 mil foragidos foram recapturados pela polícia. Os presídios registraram 769 mortes e 121 rebeliões.

Os dados foram apresentados nesta quinta-feira, no relatório "A Visão do Ministério Público sobre o Sistema Prisional Brasileiro", durante o IV Encontro Nacional do Sistema Prisional. O documento foi elaborado a partir das vistorias feitas por equipes do Ministério Público de cada Estado.

Presídios masculinos lotados
A falta de vagas nas unidades prisionais é maior para homens - o sistema tem capacidade para 278.793 detentos, mas abrigava 420.940 homens em março deste ano. Para mulheres, há 23.629 vagas para 28.029 detentas.

Em cerca de 40% dos presídios, houve apreensões de drogas no período pesquisado. Quase metade das prisões não tem cama para todos os detentos, e quase 25% não oferece colchões para todos os internos.