Dez anos depois do crime sentam nesta terça-feira (11) no banco dos réus o cabo Eraldo Tadeu e o subtenente Antônio Batista de Lima Neto, acusados de serem os autores de uma chacina ocorrida em setembro de 2002, na cidade de União dos Palmares, onde quatro jovens foram mortos. O julgamento deste caso que teve repercussão internacional será presidido pelo juiz Maurício Breda.

Segundo as investigações da polícia, as quatro vítimas foram mortas de joelho, sem chance de defesa. Tiago Holanda Silva, 18, Sizenando Francisco da Silva, 17, Sydrônio José da Silva, 16, e Maurício da Silva, 19, foram mortos com disparos de arma de fogo na região da cabeça.

As vítimas eram colegas, dois deles tinham passagem pela polícia por crimes de furto. Eles teriam sido executados por um grupo de extermínio da cidade, apelidado de “Ninja”. Dois policias militares foram apontados como autores da chacina, o cabo Eraldo Tadeu e o subtenente Antônio Batista de Lima Neto.

Durante a investigação do caso, duas testemunhas que depuseram foram mortas, uma delas dentro do presídio Baldomero Cavalcante. O promotor da comarca de União dos Palmares também chegou a sofrer ameaças. Os fatos fizeram com que o julgamento fosse transferido para Maceió.

Repercussão

A chacina ocorrida em 2002 chegou a ser denunciada em um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) e colocou Alagoas entre os estados do Brasil onde foram  registrados  crimes bárbaros e impunes.