Os familiares do garoto M.J.A.T.S, 13, estiveram nesta quarta-feira (29) na Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), seccional Alagoas, para denunciar que o menor foi vítima de tortura durante uma abordagem policial no último domingo (26), no bairro do Osman Loureiro, parte alta da cidade. No depoimento, o garoto diz que foi vítima de agressões cometidas por três policiais militares, sendo uma mulher.
A abordagem ocorreu quando o menor voltava da feira livre, acompanhado de dois colegas. Segundo os familiares, com o dinheiro arrecado com a venda dos produtos, a vítima comprou um revólver de espoleta e seguiu para casa. A mãe do menor, que não teve nome revelado, afirma que o filho foi vítima de preconceito, já que é negro e mora em uma localidade periférica.
No PM Box, o menor disse que os militares utilizaram a pistola taser, arma considerada de baixa letalidade, além de ter dado diversos chutes e socos. De acordo com o presidente da Comissão dos Direitos humanos, Daniel Lins Pereira, os acusados ainda não foram identificados, mas a relação do plantão do dia em que a agressão ocorreu, já foi solicitada.
Lins salientou que a Polícia classificou o crime como lesão corporal, quando na verdade deveria ser qualificado como tortura. “As pessoas estão qualificando o crime como lesão corporal, quando na verdade se trata de um crime de tortura. Ficamos surpresos ao saber que após o menor M.J.A.T.S. ter sofrido agressões físicas e submetidos a choque elétrico o Boletim de Ocorrência foi registrado como crime de lesão corporal, para uma tipificação mais branda”, disse.
Lins ainda afirmou que, em alguns casos, falta preparo da polícia para na realização das abordagens. “Os policiais revistaram o menor, o classificaram como pessoa suspeita, mas não investigaram o local e o porquê da arma ter sido comprada”.