Maceió e outras três cidades nordestinas foram alvos de uma operação deflagrada nesta quarta-feira (17) pela Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) que investiga um suposto cartel no mercado de farinha de trigo na região. Quinze mandados de buscas e apreensão de documentos foram cumpridos na capital alagoana, no Recife, Fortaleza e Natal com o apoio da Polícia Rodoviária Federal (PRF).
As buscas foram realizadas em seis empresas de moagem, três distribuidoras de farinha de trigo e uma associação. Os endereços não foram informados. Os documentos apreendidos serão analisados pelo órgão e, caso sejam confirmados os indícios de cartel, será aberto um processo administrativo e posterior julgamento do caso pelo Tribunal do Cade.
A operação foi motivada após denúncias de negociação de preços, condições de venda e divisão do mercado entre diretores das empresas de moagem e distribuição de farinha de trigo, o que configuraria a prática de cartel. Segundo o Cade, havia punições para quem descumprisse os acordos firmados, como cortes no volume do produto e aumento do preço no mês seguinte.
Um levantamento do Departamento de Estudos Econômicos do Cade apontou que os moinhos da região são responsáveis por quase 25% da produção nacional. O estudo ainda apurou que o preço da farinha de trigo no Nordeste é 20% superior ao valor médio praticado no Centro-Sul.
Além de ser importante item da alimentação básica, a farinha de trigo é utilizada na panificação, setor que corresponde a mais de 50% da demanda do produto, e também na fabricação de massas, doces e biscoitos.
A Operação Mós contou com o apoio de 28 oficiais de Justiça, 70 policiais rodoviários federais, 16 peritos da Polícia Federal, 39 servidores do Cade, dois servidores do Ministério Público e ainda teve auxílio da Procuradoria Federal Especializada Junto ao Cade e da Procuradoria Regional Federal da 5ª Região.