No último sábado, 13 de abril o Instituto Raízes de Áfricas, representação do movimento negro em Alagoas e diversas entidades e organizações do Movimento Negro do Estado de Pernambuco estiveram reunidos com o objetivo de expor e debater   propostas que referendem e instrumentalizem a articulação política entre os diversos movimentos/lideranças  negras nordestinas, tendo como finalidade a realização de um Seminário Regional, a realizar-se no mês de novembro, em Maceió, AL.

Abrindo as fala do dia, Marta Almeida, coordenadora estadual do MNU/PE afirmou que: “-Apesar  das diferenças de concepção,  o Movimento Negro Unificado de Pernambuco busca garantir a unidade  na multiplicidade das  ações,  intensificando assim a luta contra o racismo no Estado. Como também reafirmou a necessária qualificação dos gestores estaduais visando um diálogo mais aproximado com o movimento”.

Inúmeras discussões foram travadas dentre elas os avanços do MNU/PE em algumas questões, como a discussão do LGBT-negros nos terreiros, realização de Seminários informativos em diversos municípios pernambucanos.

Um dos temas que acalorou o debate foi a complexa relação dos  militantes negros-filiados a entidades , sejam elas,  partidos políticos, religião, associações, sindicatos, etc, com a  defesa da causa nos espaços de filiação, segundo Samuel Luiz, do MNU/PE, os princípios das  entidades se sobrepõem à luta racial.

Zé Oliveira, ex-coordenador do MNU/PE defendeu a ampliação do diálogo proposto pelo Instituto Raízes de Áfricas, afirmando que a concepção de Movimento Negro não pode ser segmentado à região. Deve ser um projeto nacional.

Eduardo Santana- articulador do Encontro Estadual da Jurema  falou sobre a simbologia  dos quilombos e a resistência social, ao reconhecimento dos mesmos.

Temas outros como:  embranquecimento intelectual, socialismo branco, disputa política entre os pares, impacto das construções voltadas para a Copa quem vem destruindo, sistematicamente as casas dos pobres e pretos, empurrando-os para periferias cada vez mais pobres, racismo institucional , etc.

A juventude de terreiro presente a reunião apresentou os trabalhos realizados e os entraves racistas que devem ser superados.

Ao fim dos acalorados e produtivos  debates foi lançado uma proposição de  plano de  retomada de lutas, que contempla as principais bandeiras do MNU , dentre elas o Projeto Político para o Povo Negro, como um pacto de  sustentabilidade para a devida implementação das políticas de promoção para a igualdade racial: defesa das cotas raciais, dos territórios quilombolas, da diversidade religiosa, do enfrentamento da violência contra a mulher negra e da implementação da Lei Federal 10.639/03, contra o extermínio da juventude negra.

Representando o Instituto Raízes de Áfricas: Arísia Barros, coordenadora e Isadora Aguiar, como relatora.

O Instituto Raízes de Áfricas está custeando as viagens das escutas pelo Nordeste.

A reunião aconteceu na sede do Movimento Negro Unificado em Pernambuco, localizada  na Casa da Cultura 2º  andar-raio oeste.