A Associação dos Delegados de Policias de Alagoas (Adepol-AL) rebateu os comentários do coronel Neuton Bóia, novo comandante de Policiamento da Capital (CPC), que declarou a imprensa que policiais militares ficam até cinco horas na Central de Polícia Capital, quando realizam o trabalho de patrulhamento e chegam a delegacia para confecção do auto de prisão em flagrante. Com este tempo de espera, ele disse que a PM deixa de fazer o policiamento ostensivo.
Para o presidente da Adepol, Antônio Carlos Lessa, o comandante do CPC foi infeliz com esta declaração. ‘‘Na maioria das vezes, há congestionamento dos procedimentos na Central de Polícia, provocado por militares que realizarem prisão, chegam a delegacia e ficam aguardando a chegada de alguém da imprensa, na entrada do prédio durante horas, para que vítimas e acusados sejam entrevistados. Os militares também concedem entrevistas e mostram o resultado das operações’’, declarou.
Na avaliação do presidente da Adepol-AL, isto vem ocorrendo há vários anos. ‘‘Quando o delegado plantonista convoca os militares para iniciar os procedimentos cartoriais, na Central de Polícia, observamos que na maioria dos casos, o comandante da guarnição militar, só se apresenta para relatar detalhes da operação, depois que é entrevistado, ou seja, após passar todo o serviço para a imprensa’’, disse Lessa.
O presidente da Adepol disse também que não é necessário uma guarnição inteira da PM fique parada na Central de Polícia, aguardando a preparação do auto de prisão em flagrante’. ‘‘Só é preciso apenas um militar, integrante da operação, prestar as informações ao delegado, enquanto os outros integrantes podem voltar à rotina e depois buscar o policial que ficou prestando depoimento.
Segundo Lessa, o novo comandante do CPC está desinformado dos problemas que acontecem e com a falta de PM nas ruas. ‘’Outro motivo que pode contribuir para o congestionamento dos trabalhos da PM é que quando o assunto é TCO (Termo Circunstanciado de Ocorrência). ‘‘ Os militares chegam ao local de ocorrência de crime e perdem horas tentam fazer o TCO. Quando não conseguem este objetivo, levam o caso para a Central de Polícia. “Eles não possuírem formação jurídica e perdem horas tentando resolver no local crime e, quando não conseguem, levam vítimas e acusados para a central de polícia para fazer o TCO”, disse Lessa.
Lessa afirmou ainda que o novo comandante do CPC está desinformado sobre os tramites dos trabalhos da Central de Polícia. ‘‘O que ocorre no dia a dia não é necessário que uma guarnição da PM fique aguardando a confecção do auto de prisão em flagrante. Apenas um dos integrantes da guarnição, como condutor da prisão, poderia prestar esclarecimento ao delegado de plantão, enquanto os outros deveriam voltar ao patrulhamento ostensivo das ruas e depois retorna à delegacia e apanhar o companheiro’’, argumentou.
‘‘No país, o número de violência vem crescendo nos últimos anos, principalmente na capital de alagoana, onde o número de flagrantes aumentou bastante, no turno de trabalho na Central de Policia, que está funcionando com uma equipe de oito delegados plantonistas, sendo dois delegados no turno de 24 horas. A PM e Polícia Civil enfrentam problemas de condições de trabalho, devem cobrar dos governantes mais investimentos na área de segurança pública e manter a integração duas policiais, para defender a sociedade e combater o crime", finalizou o presidente da Adepol.