Servidores públicos que denunciaram serem vítimas de um golpe não conseguiram entrar em acordo com a acusada para receber o dinheiro que deveria ter sido repassado com a venda de precatórios. Marcele Araújo da Silva foi ouvida nesta quarta-feira (10) pelo chefe de serviço do 2º Distrito Policial, na Jatiúca.
O suposto crime de estelionato foi denunciado no final do mês de março e segundo os servidores vinha acontecendo desde 2012. Marcele Araújo era acusada de prestar serviços de consultoria e intermediação de venda de precatórios e não repassar os valores conseguidos na negociação para os clientes.
Na delegacia, a acusada prestou esclarecimentos ao chefe de operaçõs e tentou entrar em acordo com algumas das vítimas que compareceram para acompanhar o depoimento. No entanto, a tentativa de encerrar a questão e não levar adiante os registros de boletins de ocorrência e uma investigação policial não surtiu resultados.
A proposta de Marcele Araújo seria acordar com as vítimas o pagamento de uma entrada dependendo do valor da dívida, o que não foi aceito. Num dos casos, há uma nota promissória assinada por ela no valor de R$ 23 mil e que vence hoje. A tentativa de Marcele era pagar à vista R$ 8 mil e parcelar o restante da dívida, mas a proposta foi recusada.
Segundo o chefe de operações da delegacia, Ariel, ao ser ouvida, Marcele admitiu dever uma certa quantia às pessoas, mas disse que não isso não se tratava de crime de estelionato. Ela revelou que não conseguiu honrar os pagamentos por uma série de motivos pessoais.
As dívidas dos precatórios foram contraídas pela Fazenda Pública. Após condenação judicial, cada beneficiário tem um valor a receber que ultrapassa sessenta salários mínimos. Sejam elas contraídas pelo município, estado ou federação o tempo de espera para que o pagamento seja efetuado ultrapassa os quinze anos, isso faz com que muitos servidores que tem a receber procurem empresas como a de Marcele, que prestem consultoria no caso e façam a intermediação da venda.
Marcele estava sendo acusada pelos servidores de realizar as transações e não repassar o dinheiro.