Atualizado às 15h59.
Na segunda parte de seu depoimento no julgamento do Caso Paulo Bandeira, o ex-prefeito de Satuba, Adalberon de Moraes, voltou a alegar inocência da acusação de ser mandante do brutal assassinato do professor. Indagado pela defesa sobre o contato que o réu tinha com a vítima, Adalberon afirmou ter respeito por Paulo Bandeira.
“Não teria motivo para matar Paulo Bandeira. Não iria obter vantagem com o assassinato de Paulo Bandeira e não tinha inimizade com ele. Ele foi na minha casa, me deu uma tela e uma camisa. Tínhamos uma relação de servidor e prefeito”, afirmou o ex-gestor de Satuba.
Sobre a investigação da Polícia Civil, Adalberon disse que o caso foi conduzido de “maneira política”. O ex-prefeito disse também que a instituição era, à época do crime, contra ele.
“Não acredito na Polícia Civil, pensei que a Polícia Federal resolver o caso, mas soubemos de testemunhas que foram intimidadas por eles (PF) também”, frisou Adalberon acrescentando que duas mulheres e uma criança teriam afirmado em depoimento que viram Paulo Bandeira com um recipiente que teria álcool e com a mala do carro aberta, o que levantaria a hipótese de suicídio.
Sobre o tempo em que está preso, Adalberon afirmou que tem sofrido bastante o período que tem passado no Sistema Prisional. “Hoje sou um zumbi. Ninguém sabe o sofrimento que é ficar preso, ainda mais em um cubículo. Quero dizer a realidade aqui”, disse. “Estou calado esses anos todos e vou aqui tudo o que sei. Deus é a prova de que estou falando a verdade e não matei Paulo Bandeira”, colocou o ex-prefeito de Satuba.
Depoimento de Zezito e verbas
Sobre a denúncia do desvio de verbas para a Educação em Satuba, fato que teria sido o motivo do assassinato do professor Paulo Bandeira, Adalberon se defendeu afirmando que não houve nenhuma irregularidade com o destino dado aos recursos. Indagado sobre as declarações do ex-prefeito e ex-secretário de Educação da cidade de Satuba, José Zezito Costa, que depôs ontem, Adalberon afirmou que muito do que foi dito não condiz com a verdade.
“Quando eu chamei ele para ir ver o corpo do professor, o Zezito retrucou, foi isso que aconteceu e não o que ele falou aqui. Eu disse que nós tínhamos que ir, eu como prefeito e ele como secretário de Educação, para dar assistência à família. O Zezito disse que não sabia quem era Paulo Bandeira, mas ele sabia muito bem quem era Paulo Bandeira”, relatou Adalberon.