Leio as notícias sobre a possível saída de Mário Lisbôa Theodoro ,do cargo de secretário executivo da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial , e a palavra inquieta se avexa a perguntar: -"Está a acontecendo alguma coisa que não contam para as gentes daqui , dos confundós das Alagoas do Nordeste?"
Mário Theodoro é um desses profissionais de modo substantivo , que inspira uma multidão de pessoas com seu entusiasmo e determinação pelo trabalho. Um cabra que sabe abrir o diálogo e ouvir as diferentes formas de concepção coletiva.
Conheci-o quando atendeu, com a solicitude que lhe é peculiar, ao convite do Instituto Raízes de Áfricas para participação no XI Ígbà-Seminário Afro-Alagoano: “O Estatuto da Igualdade Racial e as Possibilidades para o Exercício Legal das Políticas de Promoção para a Igualdade Racial, no Brasil”, ocorrido de 15 a 17 de maio de 2012.
Foi de Mário que primeiro ouvi falar sobre as proposituras do Plano Juventude Viva e a quebra do silêncio institucional sobre o racismo que esquarteja a vida de jovens negros e sequestra a continuidade das famílias.
Talvez haja uma penca de motivos para que Mário Teodoro abandone a gestão de Secretário Executivo, mas essa saída, meio que abrupta, dá uma lerdeza na alma de quem conhece sua militância, comprometimento e abnegação às nossas causas. Um desenraizamento na nossa lógica de que juntos somos mais fortes,como executores nos espaços de poder.
Hoje o olhar é de estranhamento.
Lamento deveras sua saída, companheiro Mário Teodoro.
Um dia, quem sabe, decifraremos esses jogos dos silêncios.
Retrocessos?

Raízes da África