As versões dadas por mãe e filho sobre o assassinato do fiscal de transportes da Superintendência Municipal de Transportes (SMTT), Jefferson Araújo Omena, 49, serão confrontadas com o laudo da perícia, que deverá ficar pronto nos próximos dias. A viúva Sandra Lima de Omena contou ao delegado José Anchieta, da Força Nacional, durante seu depoimento prestado nesta quinta-feira (21), como ocorreu o crime.

De acordo com a defesa, os disparos que vitimaram o fiscal da SMTT foram deflagrados pelo filho de Sandra, o jovem Jonatas Omena, 19, em legítima defesa, já que ele presenciou uma discussão entre a mãe e o padrasto. A viúva alegou para a Polícia que era constantemente espancada pela vítima. Para comprovar as agressões, a defesa garantiu que Sandra realizou o exame de corpo delito, um dia após o crime. 

Em depoimento, Sandra contou que no dia do crime discutia com Jefferson, dentro da residência, quando o seu filho chegou, e tomou a frente da briga. A arma do crime, segundo Sandra, já estava em seu poder, após ela ter conseguido tirar das mãos de Jefferson, que a ameaçava. Durante a discussão, Jonatas pegou a arma da mãe e Jefferson teria partido para cima dele. 

A defesa disse ainda que Jonatas reagiu devido ao impulso do fiscal e atirou contra ele. Jefferson foi morto com mais de 10 disparos de pistola calibre 380. Mãe e filho foram ouvidos separadamente. 

Contradições 

De acordo com o delegado José Anchieta, houve algumas contradições entre os depoimentos de Sandra e Jonatas. Para Anchieta, o crime não pode ser avaliado como legítima defesa, já que a vítima foi atingida por vários disparos inclusive quando estava caída no chão.

A arma do crime foi jogada fora. A Polícia realiza diligências ainda nesta tarde para tentar localizá-la. Sobre a versão de que dois homens teriam invadido a residência do casal, localizada no Conjunto Cely Loureiro, bairro do Benedito Bentes, próximo à sede do 5° Batalhão da Polícia Militar, os suspeitos afirmaram que o “boato” foi criado pelos vizinhos, que ficaram assustados com o pedido de socorro da viúva.

A Polícia chegou a suspeitar de que a morte de Jefferson esteve ligada a fiscalizações feita pela SMTT a transporte clandestino. Mas hipótese foi derrubada, após familiares do fiscal estranhar a atitude de Sandra durante o velório.

Sandra e Jonatas Omena responderão o crime em liberdade.