Na quinta-feira (14) o Conselho Tutelar da 7° Região recebeu uma grave denúncia de abuso sexual contra uma criança de apenas 10 anos de idade, mas ainda não pode comprovar o fato porque desde então procura o Instituto Médico Legal e não consegue atendimento por falta de médico.
A menina teria passado a quarta-feira de cinzas (13) na casa da avó, onde costuma ficar para que a mãe possa trabalhar. Quando a mulher foi buscar a filha, a criança relatou que estava com algumas dores na região genital. A mãe, estranhando, indagou a filha que acabou confessando que teria sido abusada pelo companheiro de sua avó.
A mãe levou à criança a ginecologista que constatou uma alteração e pediu que a mesma fosse conduzida para a realização de um exame de conjunção carnal no IML. Assessorada pelo Conselho Tutelar, a mãe buscou o IML que não pode realizar o exame na quinta-feira por não ter médico. A situação voltou a se repetir até a manhã de hoje.
O conselheiro tutelar que acompanha o caso, Mano Monteiro, contou que o diretor do IML, Luis Mansur, entrou em contato para justificar as portas do órgão estarem fechadas. Segundo ele, a médica de plantão estaria doente e teve que faltar. Apesar da gravidade da afirmação da menina, nada pode ser comprovado sem o exame.
Mano ressalta que assim o acusado continua impune e pode fugir. “Já acompanhamos um caso como esse há um tempo. Naquela ocasião, um homem também tido como avó, estuprou uma menina e acabou fugindo. Esse caso foi ainda mais delicado já que a menina acabou engravidando. Agora voltamos a ter um caso desse e estamos com medo que o acusado tenha tempo de fugir”, contou o conselheiro.
Mesmo não sendo atendida no IML a menina foi encaminhada para a Delegacia de Crimes Contra a Criança e o Adolescente, no bairro do Jacintinho, onde foi ouvida pela delegada Bárbara Arraes. Mesmo sem a comprovação do abuso, a delegada deverá estudar medidas para acompanhar o caso.
O conselheiro Mano, revelou que após ser ouvida a menina seguirá para que um médico analise sua saúde e quais medidas devem ser tomadas diante do estupro, como tomar coquetéis para evitar doenças sexualmente transmissíveis.
Após a confusão da falta de médico, o próprio diretor do IML teria marcado o exame de conjunção carnal para hoje à tarde às 14h.