A Polícia Civil continua as buscas para tentar prender outras nove pessoas acusadas de participar do brutal assassinado de Franciele Rocha, ocorrido na última sexta-feira (15). O delegado José Marcos, que está à frente do caso, conversou com o Cadaminuto neste domingo (17) e revelou que a vítima acabou sendo atraída para uma festa e que Vanessa Ingrid, acusada da autoria intelectual do crime, ordenou que todas as 12 pessoas participassem do espancamento da jovem.

De acordo com o delegado, Franciele conhecia algumas pessoas que estavam no apartamento de Vanessa no dia do crime, mas que a vítima e Wanessa mal se conheciam.

“Ela recebeu um telefonema de uma das amigas que já estava no apartamento da Vanessa convidando-a para uma festa regada a bebida e drogas. Ao chegar ao local ela soube de que não se tratava de uma festa. A Vanessa não mantinha amizade com ela e fez tudo por vingança após saber que a garota tinha se envolvido com seu namorado”, contou o delegado José Marcos.

Franciele foi violentamente torturada antes de ser queimada

Ao chegar no apartamento de Vanessa,na noite da última quinta-feira (14), Franciele foi espancada, teve as sombrancelhas raspadas, foi queimada com cigarro em várias partes do corpo e teve o cabelo cortado. O relato foi unânime, segundo o delegado, dos menores que foram apreendidos ontem acusados de participarem do crime.

Segundo os menores, Vanessa obrigou que todas 12 pessoas presentes no dia do crime participassem da tortura. “Ela fez até o Saulo [estudante de Direito que também foi preso] participar. Ele nega e disse que só dirigiu o carro, mas as outras pessoas que foram presas afirmaram que ele também participou da tortura. Fizeram barbaridades com a Franciele”, revela.

Saulo José Pacheco Araújo, de 22 anos, cursava o 7º período de Direito e foi preso pela PC e Força Nacional no bairro do Benedito Bentes. Em depoimento, ele negou participação no crime mas assumiu que dirigiu um veículo para transportar pessoas, acusadas no homicídio. Ele disse que levou o grupo de Cruz das Almas até o local do crime. Ele alega que se não fizesse o transporte seria morto.

O corpo de Franciele foi levado até uma estrada de barro próximo ao conjunto José Tenório, na Serraria. No local, Vanessa, Saulo e os demais envolvidos no crime banharam a vítima com gasolina, usando as bacias de barro encontradas ao lado do corpo na manhã seguinte, segundo o delegado, e atearam fogo. Em seguida eles fugiram de carro.

José Marcos disse que a polícia continua as buscas pelas outras pessoas acusadas de participarem do crime e que os depoimentos das pessoas que já foram presos foram fundamentais para dar agilidade ao andamento das investigações.

“Já tenho informações relevantes sobre esse grupo e tenho certeza que em breve iremos prender todos eles”, concluiu.