Inconformados com o descaso das autoridades e a situação de abandono que se encontra a Delegacia Regional de Penedo, representantes da Associação dos Delegados de Polícia de Alagoas (Adepol-AL) entregaram na sexta-feira (15) um ofício ao secretário de Defesa Social do Estado, coronel PM Dário Cesar Cavalcante. No documento que denuncia fatos como a falta de infraestrutura do prédio da Delegacia que abriga custodiados em condições inimagináveis, há relatos também de superlotação e desvios de função dos delegados e policiais civis. O documento mostra ainda que devido às más condições é grande a possibilidade de fuga de presos. “Estamos exigindo respeito às normas da Polícia Judiciária, às instituições construídas na área de segurança pública e aos direitos humanos’’,disse Antônio Carlos Lessa, presidente da Adepol-AL.
No ofício, a Adepol denuncia as violações dos direitos humanos dos presos, latente na delegacia de Penedo, onde são amontoados sem as mínimas condições de recuperação, além do risco de fuga e de não existir separação, pois condenados dividem o espaço já limitado com presos que ainda aguardam julgamento. ‘‘A delegacia de Penedo foi transformada em um presídio superlotado, só tem capacidade para 25 presos e está com 72 presidiários’’, disse Lessa.
Insalubridade
A Adepol alerta para o surgimento de outros problemas como a proliferação de doenças na delegacia, já que as celas estão lotadas e outras dependências do prédio, impróprias até para acomodação e realização do trabalho policial, estão sendo utilizadas como celas. ‘‘Está ficando impossível até para caminhar no interior da delegacia e muitas vezes as necessidades fisiológicas dos presos que estão longe do banheiro são feitas em qualquer embalagem. Higiene pessoal não existe e banho de sol muito menos’’, alertou Lessa.
Lessa aponta exemplo de atentado à dignidade dos delegados e policiais civis que, além de estarem sendo desviados das funções, são submetidos a trabalharem como carcereiros no interior da delegacia, sem infraestrutura e com instalações imundas. ‘‘Os policias civis, que fizeram concurso público e se especializaram em investigar crimes estão passando o dia inteiro cuidando de presos. “A delegacia não está oferecendo nem o mínimo de condições de trabalho aos policiais e de atendimento para a população”, afirmou.
A categoria dos delegados exige do secretário de Defesa Social Dário César imediata solução para estes fatos, pela garantia da segurança publica de qualidade e respeito aos direitos humanos. ‘‘Além de denunciar o panorama das condições desta delegacia, a nossa entidade também está pronta para discutir formas de resolver ou pelos menos amenizar os problemas, alertando que as condições mínimas estabelecidas pelos direitos constitucionais devem ser garantidas rapidamente aos policiais, presidiários e à sociedade de Penedo’’, concluiu.