Às vésperas de completar cinco meses das investigações sobre a morte do empresário da construção civil Sérgio Falcão. 52 anos, o laudo conclusivo do Instituto de Criminalística (IC) foi entregue à delegada Vilaneida Aguiar, do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa. Na capa do documento, com mais de 500 páginas anexadas, os peritos criminais Sérgio Almeida e Jairo Lemos apontam que a morte da vítima foi um suicídio. A informação já havia sido publicada com exclusividade pelo Diario de Pernambuco na edição do último dia 11.
A delegada Vilaneida Aguiar, no entanto, informou, nesta quarta-feira (23), que o material será analisado por ela e, caso necessário, serão pedidos novos esclarecimentos e até outros exames feitos por uma nova equipe de peritos. O laudo também será revisado pelo Ministério Público de Pernambuco. Segundo informações da Polícia Civil, a delegada e o promotor André Rabelo seguiam a tese de que o empresário Sérgio Falcão havia sido assassinado pelo reformado Jailson Melo, 53, a mando de outras pessoas que já estariam sendo investigadas.
Com o resultado da perícia do IC, o percurso das investigações pode sofrer uma nova reviravolta. Entre os materiais analisados estão o celular e o notebook da vítima, medicações que ela tomava para inibir o transtorno bipolar e a pistola 380. Roupas e o sapato do suspeito também passaram por perícia. O advogado da família do empresário, Ernesto Cavalcanti, disse que irá contestar o resultado dos laudos.
Memória
A vítima morreu com um tiro na boca dentro de seu apartamento, no Edifício 14 Bis, na Avenida Boa Viagem, em 28 de agosto do ano passado. A defesa do suspeito afirma que Jailson foi armado ao apartamento da vítima por solicitação dela. Lá, o empresário estaria com um notebook aberto num site de compra de armas e teria pedido para que o PM escolhesse uma delas.
No suposto momento de distração, Sérgio teria puxado a pistola 380 da cintura do suspeito e atirado contra a boca. Nas imagens do circuito interno do edifício, Jailson aparece nervoso colocando a arma na cintura dentro do elevador. Foram cerca de oito minutos entre a chegada e a saída dele.
