Um motim na Unidade de Internação de Menores, localizada no Tabuleiro do Martins, em Maceió, na manhã desta quinta-feira (17), deixou um saldo de um monitor e dois educadores sociais feridos. Apesar da confirmação do tumulto, a Secretaria de Estado da Promoção da Paz (Sepaz) descartou ter ocorrido no local uma rebelião.

De acordo com informações apuradas pelo CadaMinuto, toda a confusão foi iniciada durante a revista dos menores. Incomodados com a ação dos monitores – que acontece rotineiramente no local –, grupo de doze sócio-educandos iniciou a mobilização, primeiramente com provocações verbais, em seguida arremessando pedras contra os funcionários.

Na tentativa de conter o tumulto, monitores e educadores acabaram sendo atingidos pelos objetos arremessados e com alguns ferimentos – sem gravidade – foram encaminhados ao Hospital Geral do Estado (HGE), onde receberam atendimento médico. Trinta minutos depois o motim conseguiu ser contornado.

Não é a primeira vez que os menores iniciam confusão na Unidade de Internação Masculina. Este ano, no dia 11, barulhos parecidos com tiros foram ouvidos de dentro da unidade e equipes da Secretaria conseguiram contornar a situação. No mesmo dia, monitores chegaram a paralisar as atividades cobrando o pagamento de salários atrasados assim como melhorias nas condições de trabalho.

Segue uma nota encaminhada no final da manhã pela Sepaz

O Núcleo Estadual de Atendimento Socioeducativo (NEAS) esclarece os acontecimentos da manhã desta quinta-feira (17), quando os socioeducandos da Unidade de Internação Masculina (UIM), para adolescentes de 15 a 17 anos, iniciaram um motim durante o procedimento de revista dos alojamentos. Este é um procedimento padrão na rotina de trabalho das unidades, feito pelos próprios monitores, para retirada de objetos irregulares.
Durante a revista desta quinta-feira, 12 adolescentes da UIM investiram contra um monitor, ferindo-o na cabeça com uma pedra. Eles instigaram os outros 24 adolescentes da unidade e iniciaram a confusão, um motim, que foi contornado rapidamente pelos monitores e equipes de segurança do NEAS, sem necessidade de auxílio policial.
Neste motim, três funcionários do NEAS foram feridos: o monitor, com a pedrada no rosto, e dois educadores sociais que tentaram conversar com os socioeducandos – um machucou o joelho e o outro teve o braço quebrado. Todos foram encaminhados ao Hospital Geral do Estado (HGE), onde nenhum caso foi identificado como grave e receberam os devidos cuidados médicos.
Aproveitamos esta nota para explicar alguns termos referentes à rotina das unidades do NEAS. Os adolescentes que aqui estão são chamados de socioeducandos e cumprem medida socioeducativa de privação de liberdade, ao invés de estarem presos, como os reeducandos (adultos cumprindo pena). Não somos uma prisão com guardas e não dispomos de celas – os adolescentes ficam em alojamentos e são supervisionados por monitores desarmados e educadores sociais, além de uma equipe técnica multidisciplinar.