O processo histórico e cultural do estado de Alagoas é marcadamente autoritário, dominador, elitizado, branco e repressor.
Alagoas foi fecundada entre o verde dos cifrões da cana e o violento processo espoliativo, arbitrário e escravocrata das muitas gentes.
Alguns doutos historiadores afirmam que essa aquiescência consentida e silenciosa do povo residente , com o discurso do poder, deve-se a memória dessa  espoliação escravocrata.
O trato da violência é feito sobre a lógica da contenção social que é normalmente aceita pela população tutelada.
 É um trato midiático, com cena montada: Uma mentira muitas vezes repetida acaba se tornando verdade.
Em entrevista, hoje pela manhã, a uma tv local,  a articuladora do Plano Brasil Mais Seguro, do Governo Dilma Rousseff afirmou que é preferível estudar a motivação do crime (???) do que centrar foco na questão do racismo ou da homofobia.
Ora, ora e os estudos e diagnósticos elaborados, muitos deles com a parceria do Governo Federal, que apontam o racismo e a homofobia como uma das motivações para essa violência que sangra gerações na terra de Zumbi , não são lidos pela articuladora?
E afinal para que o governo Dilma Rousseff estrutura e dá voz a órgãos como a
SEPPIR, Fundação Palmares, Secretaria Nacional da Juventude, Secretaria Nacional dos Direitos Humanos se a articuladora do Plano Brasil Mais Seguro faz o discurso branco utilizando a universalidade do “vamos cuidar de todos”, como a regra da exclusão dos ditos elementos “marginalizados”?
Dá uma gigantesca sensação  de insegurança perceber que entre os comandados do governo Dilma Roussef não há um certo consenso no discurso institucional  e alguns utilizam-se de afirmações meramente simbólicas e  de pretensões burocráticas para administrar ideias na cabeça da silenciosa sociedade alagoana.
Em Alagoas, nós o povo preto, ainda representamos a favela negra e perigosa.
E o mais inconcebível é que a articuladora do Governo Dilma Roussef propala resultados sobre o Plano Juventude Viva que ainda traça esboços, lança editaise caminhos para sair do papel impresso.
São inverossímeis estes resultados.
Não se pode trabalhar a violência enraizada em Alagoas com uma varinha de condão ou com um confortável sorriso no rosto na tv afirmando que “Povo alagoano vai ficar tudo bem”.
Presidenta Dilma Rouusef , meninos pretos em Alagoas continuam a ser eliminados como limpeza étnica, homossexuais mortos e jogados em vala comum e a isso damos o nome de ausência fragrante de políticas públicas estruturais..
O combate à violência vai mais além de armas, teco-teco sobrevoando os céus, a “sensação” de segurança e entrevistas bombásticas. Carece de enfrentamento sério e verdadeiro.
É preciso que o seu Governo Presidenta Dilma afine mais esse discurso da equidade e igualdade humana.
Afinal, pode-se matar preto e homossexual, impunemente em Alagoas?
Pode Excelência?