Geograficamente, Alagoas é o estado da federação com as menores dimensões territoriais.
É um estado forrado de invariantes e as variações de imagens construídas, Brasil adentro e afora, devido a ausência institucional perante sua população tutelada.
*No quesito educação e no ranking das redes de ensino estadual do Brasil, Alagoas teve, em 2011 e pela primeira vez na história, o pior Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) do país em todos os níveis de ensino: nos anos iniciais do fundamental (1º ao 5º ano), teve Ideb de 3,4; nos anos finais (6º ao 9º ano), de 2,5; já no ensino médio, a pontuação média das escolas estaduais foi de 2,6.
Os dados mais recentes foram divulgados pelo Ministério da Educação na terça-feira (14) de agosto de 2012 e mostram que as escolas alagoanas, principalmente a partir do 6º ano do fundamental, estão cada vez mais longe da meta estabelecida pelo governo federal.
Quando em sala de aula, professoras e professores agora aposentados, assumiram, com maestria, a responsabilidade de abrir caminhos para o diálogo entre o lugar das ausências de conhecimentos e a partilha de saberes.
Crianças que chegavam cruas, com a palavra pálida de sentidos, ao longo do ano absorviam o colorido: aprendiam a ler e escrever, graças ao esforço e abnegação dos muit@s e tant@s que hoje estão aposentad@s.
Atualmente esses e essas profissionais se aposentam com um subsídio de 1.797,65 ( mil setecentos e noventa e sete reais e sessenta e cinco centavos).
É justo?
Quem assume um cargo de confiança no governo do estado de Alagoas, como secretári@ de estado, percebe mensalmente, R$15.000,00 ( quinze mil reais) fora as benesses de passagens aéreas, hospedagens em bons hotéis,carro com motorista a disposição, celular e etc,etc,etc.
É justo?
Professoras e professores aposentados ou na ativa merecem o devido respeito e exigem aumento de salário. Essa não é uma discussão meramente financeira. É discussão política sim. De valorização de quem, abnegadamente, suou camisa na divisão de saberes. De quem inspirou uma multidão de pessoas a redescobrirem caminhos ou uma penca de motivos que conduziram gentes e multidões para dentro do mundo dos saberes e dos poderes.
Muit@s dessas mulheres e homens que hoje assumem cargos na hierarquia governamental no estado de Alagoas passaram pelo exame de admissão dos agora aposentados.
Até o Excelentíssimo Sr. Governador do estado de Alagoas já foi aluno, um dia.
Professoras e professores, que agora aposentados ou a caminho disso, partilharam quereres, tempo, experiências, vastos mapas de territórios desconhecidos como cartelas de possibilidades para o desnudamento desse tesouro chamado educação.
Educação é riqueza rara que liberta. Tem que ser oportunizada, como o mais valioso capital cultural, para que meninos e meninas estabeleçam intimidade com as letras numa interpretação acurada das entrelinhas dos discursos sociais...
O quadro atual dos ativos na educação de Alagoas soma um pouco mais de 8 mil profissionais. Aposentad@s no estado somam 9.950 mil.
É preciso que o estado alagoano não insufle uma guerra interna entre professores aposentados e ativos. Esse não é o papel do estado.
Aposentad@s, ou não, somos antes de tudo somos profissionais do magistério alagoano, parceiros numa mesma luta: reinventar um estado que a séculos tenta nos pôr em correntes subalternas, condicionando sua população a um analfabetismo crônico, como tosse comprida de difícil solução.
Em um estado em que a violência é a marca do apartheid propagar a política de desunião dos profissionais de educação que já tem tantas diferenças não é educativa.
É hora de repensar a quem servimos e por que o fazemos.
Quem está com a palavra?
* Com informações: http://g1.globo.com/educacao/noticia/2012/08/governo-esta-com-olhos-voltados-para-educacao-de-alagoas-diz-dilma.html