O desaparecimento da jovem Bárbara Regina, 21, completa dois meses com muitos fatos ainda não esclarecidos. A jovem foi vista pela última vez, na madrugada do dia 1° de setembro, deixando a boate Le Hotel, por volta das 3 horas, acompanhando de um homem, que a Polícia Civil identificou como o empresário Otávio Cardoso Neto. Um dia após o sumiço da jovem, familiares e amigos iniciaram uma busca por informações por meio das redes sociais e da mídia local.

Nas investigações, as imagens de Bárbara deixando a boate também foram divulgadas. Ela foi ao local acompanhada de amigas, mas se recusou ir embora com elas. As câmeras registraram o momento em que Otávio chegou sozinho à boate, por voltas 2h48, e saiu do local de mãos dadas com Bárbara, 21 minutos depois.

Nesses dois meses, a Polícia conseguiu prender Moab Lino Balbino Junior, 22, suspeito de ter participado da ocultação do cadáver da jovem. Mesmo com a prisão do acusado, nenhuma pista de onde pode estar o corpo de Bárbara foi encontrada. Balbino confessou, em depoimento à Polícia, que Otávio teria sufocado e depois golpeado a vítima com um punhal. Outro homem, identificado como Ítalo Bruno Morais Costa Cavalcante, 21, também foi preso e ajudou a Polícia a identificar Otávio. Segundo o delegado Carlos Alberto Reis, os acusados também são apontados no envolvimento em assaltos a carros, na parte alta de Maceió.

Na angustia de localizar a jovem viva ou morta familiares divulgaram uma mensagem nas redes sociais:

“Mensagem para um criminoso: Já não estamos aguentando mais! A cada dia que passa o coração vai ficando cada vez mais apertado... Por isso, peço em nome de toda a minha família, que se você fez algo com a Bárbara Regina, por favor, pelo menos avise onde se encontra o corpo! Se você tem amor a sua mãe, vai entender como a mãe dessa garota está se sentindo. É só isso que estamos pedindo, nada mais. Ligue em anônimo para o número: 9128-7003, e fale o que fez.”, disse a parente.

Vinte um dia após o desaparecimento, a Seção Antissequestro da Divisão Especial de Investigações e Capturas (Deic) da Polícia Civil de Alagoas divulgou as primeiras imagens de Otávio Cardoso. A Polícia já realizou diversas diligências na tentativa de capturá-lo, mas em nenhuma delas obteve êxito.

Umas delas ocorreu no mês passado em uma fazenda na cidade Murici, onde os policiais prenderam duas pessoas por posse e porte ilegal de arma de fogo. Valter Almeida de Araújo, 26, primo de Otávio Cardoso, foi detido em flagrante e autuado por porte ilegal de arma de fogo.

O CadaMinuto ouviu a avó da jovem, Tereza de Jesus Araújo, que se disse indignada com a “má vontade” da Polícia em prender o acusado. Segundo ela, neste final de semana a Polícia recebeu uma denúncia de que Otávio estaria escondido em uma residência próximo ao Cesmac, no bairro do Farol, mas ao chegar ao local ele não foi encontrado. “Ele está desfilando em Maceió normalmente como sempre fez e a Polícia não consegue prender”, afirmou.

Tereza afirmou que a família acredita que o acusado esteja recebendo a proteção de “alguém muito forte”, já que tem dois primos que fazem parte dos quadros da Polícia Civil.

“Alguém tem dado cobertura a ele. As pessoas ficam indignadas quando o encontram nos locais, ligam para a Polícia, mas quando a Polícia chega lá ele já conseguiu sair. Ele está vivendo a vida dele normal, só a Polícia que não consegue localizá-lo”, criticou Tereza.

De acordo com a avó, o caso ainda não foi solucionado porque a família da vítima não tem influência. “Se fosse a filha de um deputado, ou do governador certamente o assassino estaria preso. A Polícia está esperando que alguém entregue ele de bandeja”, afirmou.