O desembargador e corregedor do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ/AL), James Magalhães, cobrou maior rigor nas revistas de familiares durante as visitas a detentos no sistema prisional alagoano, além de operações mais contundentes de agentes penitenciários para evitar a entrada de aparelhos celulares, utilizados pelos presos para comandar o crime de dentro dos presídios.

A ‘exigência’ de Magalhães aconteceu durante a destruição de 2.524 celulares, na manhã desta quarta-feira (24), em frente à sede da 16ª Vara Criminal de Execuções Penais da Capital, localizada na Universidade Federal de Alagoas (Ufal). A maioria dos aparelhos foi apreendida, em quase dois anos, dentro das celas e em diversos lugares dos presídios, mas quase sempre é impossível identificar o dono do objeto.

Ainda de acordo com o desembargador, a quantidade de celulares apreendidos mostra a falha na fiscalização. “Alguns líderes do tráfico comandam suas ações do próprio presídio utilizando esses equipamentos. É importante que o Ministério Público entre como um observador das investigações e que a Secretaria de Defesa Social tenham maior rigor nas sindicâncias para apurar os responsáveis em facilitar a entrada dos celulares no sistema”, acrescentou.

Quem também esteve acompanhando a destruição foi o juiz José Braga Neto, titular da unidade judiciária sediada no Campus A.C Simões (Ufal), que lembrou ser uma falta grave para o reeducando o porte de celular. Ainda segundo Braga Neto para acabar com o problema é necessário que as investigações sobre as denúncias de agentes penitenciários corrompidos sejam mais rigorosas.

“Sabemos que existem as denúncias, mas que são os próprios agentes que fazem a apuração e isso precisa mudar. Não vemos punição para esse crime”, colocou o magistrado fazendo coro com James Magalhães sobre o comando do tráfico de dentro do sistema penitenciário de Alagoas.

Após a ação, o juiz titular da 16ª Vara e servidores da Justiça seguiram para a Usina Sumaúna, na cidade de Marechal Deodoro, para acompanhar a incineração de significativa quantidade de drogas como cocaína, maconha, crack. Os entorpecentes também foram apreendidos no sistema prisional.

Com informações do TJ/AL