O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) condenou por unanimidade na sexta-feira o que descreveu como "ataques terroristas" na cidade síria de Aleppo nesta semana, uma série coordenada de ataques suicidas que mataram 48 pessoas na metrópole situada no norte do país.
"Os membros do Conselho de Segurança condenaram nos termos mais fortes os ataques terroristas em Aleppo, na Síria, em 3 de outubro, causando dezenas de mortes e mais de uma centena de civis feridos, responsabilidade assumida pelo grupo Jebhat al-Nusra, afiliado da Al Qaeda", disse o conselho formado por 15 nações, em uma declaração que não tem força de lei.
Acordos entre os membros do Conselho de Segurança sobre o conflito na Síria são raros. A declaração de sexta-feira seguiu-se a outra declaração, feita na quinta-feira, que condenava o ataque com morteiro sírio contra uma cidade de fronteira turca no mesmo dia das bombas de Aleppo.
Diplomatas do conselho afirmaram que a Rússia insistiu na declaração de sexta-feira sobre o ataque de Aleppo em troca do apoio à declaração sobre o ataque com morteiro sírio que matou cinco civis.
Diplomatas ocidentais disseram reservadamente que estão relutantes em emitir declarações sobre ataques individuais na guerra da Síria, mas insistiram que o ataque na fronteira contra a Turquia era singular e merecia atenção especial.
O embaixador sírio na ONU, Bashar Ja''afari, disse que seu governo pediu que o Conselho de Segurança inclua em qualquer declaração sobre os ataques na fronteira uma reação aos "ataques terroristas suicidas que atingiram a cidade de Aleppo".
O consenso dentro do conselho sobre qualquer coisa relacionada à Síria é incomum, pois há um impasse sobre a questão do conflito no país que dura mais de um ano. Rússia e China rejeitam as propostas de sancionar o governo de Damasco.
Pequim e Moscou já vetaram três propostas de resolução condenando o governo do presidente sírio, Bashar al-Assad, pela violência contra a oposição no que se transformou em uma guerra civil.
Cerca de 30 mil pessoas morreram na Síria no conflito entre as forças de Assad e os rebeldes que tentam derrubá-lo, afirmam ativistas da oposição.