Manifestantes realizaram atos em diversas cidades do país, inclusive em Maceió, neste domingo (7) para protestar contra o aumento dos casos de feminicídio e outras formas de violência contra as mulheres. Segundo o movimento Levante Mulheres Vivas, houve convocação de atos em pelo menos 20 estados e no Distrito Federal.

Pela lei brasileira, feminicídio é o homicídio de uma mulher cometido por razões da condição de ser mulher, como violência doméstica, familiar, menosprezo ou discriminação de gênero, com penas como reclusão de 20 a 40 anos.

O Brasil registrou mais de mil casos de feminicídio em 2025. Apenas no Distrito Federal, foram 26 mortes neste ano. O caso mais recente ocorreu na sexta-feira (5), quando a cabo do Exército Maria de Lourdes Freire Matos foi assassinada por um soldado dentro de um quartel.

Os atos foram convocados após uma sequência de crimes que ganharam repercussão nacional, incluindo assassinatos ocorridos em Brasília, em São Paulo e em Santa Catarina.

Na capital paulista, milhares de pessoas se concentraram ao meio-dia em frente ao Masp, na Avenida Paulista. O grupo exibiu faixas e cartazes com frases como “Mulheres Vivas” e caminhou pela região central da cidade.

O protesto foi marcado por referência a dois casos registrados neste domingo: o assassinato da farmacêutica Daniele Guedes Antunes, de 38 anos, em Santo André, e a morte de Milena de Silva Lima, de 27 anos, em Diadema — ambas atacadas por ex-companheiros.

Segundo informações da Polícia Militar e moradores, Milena de Silva Lima, de 27 anos, foi atacada pelo ex-companheiro João Victor de Lima Fernandes, de 30 anos. O casal estava separado havia dois meses e tinha um filho.

No Rio de Janeiro, centenas de pessoas se reuniram ao meio-dia em frente ao Posto 5, na Avenida Atlântica, em Copacabana, na Zona Sul da cidade.

Segundo o Instituto de Segurança Pública (ISP), o estado do Rio registrou, até novembro de 2025, 79 casos de feminicídio e 242 tentativas. Os manifestantes exibiram cartazes e faixas contra a violência às mulheres.

Na quarta-feira (3), uma mulher deu entrada em um hospital após ser esfaqueada em Irajá, na Zona Norte do Rio. Aline Nascimento contou à polícia que foi agredida pelo ex-companheiro, Emerson William Marcolan Lima.

A vítima tem uma medida protetiva contra Emerson, que já responde por tentativa de feminicídio. Ele teria tentado arremessá-la de uma janela do seu apartamento, no quarto andar, mas foi impedido por um vizinho.