Os laudos periciais do Instituto de Criminalística (IC) sobre a morte do engenheiro Sérgio Falcão ainda não foram entregues à delegada responsável pelas investigações. Por conta disto, Vilaneida Aguiar deve solicitar à justiça a prorrogação para a conclusão do inquérito, já que o prazo final seria a próxima sexta-feira (28). A informação foi confirmada pela assessoria de comunicação da Polícia Civil de Pernambuco.
O empresário foi encontrado morto dentro de seu apartamento, localizado na orla de Boa Viagem, em Recife, no dia 28 de agosto, mas o caso ainda vem sendo investigada pela polícia pernambucana que prefere manter sigilo sobre as diligências e depoimentos que ainda são tomadas no estado. De acordo com a assessoria, a decisão de pedir a prorrogação do inquérito é sustentada pelo fato dos laudos ainda não terem sido concluídos e analisados pela delegada.
“Ela prefere não divulgar nada sobre o caso, para não atrapalhar. Mas é fato que será solicitada a prorrogação do inquérito, visto que a delegada ainda não recebeu os laudos, nem pode analisá-los. Não há como concluir o inquérito sobre a morte sem que ela tenha acesso a esses documentos”, confirmou o assessor.
Questionada sobre a possibilidade de haver uma exumação do corpo, a assessoria explicou que esta hipótese vem sendo cogitada pela família de Falcão, mas que não há nada definido sobre isso. “Para isso é necessário a conclusão e análise dos laudos. Somente então a delegada iria cogitar a exumação, mas até o momento não existe esse pedido”, concluiu.
O pedido da família para que haja a exumação do corpo surgiu após a divulgação da tese, extra-oficial, de que Sérgio Falcão teria cometido suicídio. Não há uma confirmação concreta sobre o teor do laudo da perícia, no entanto, fontes ouvidas pelo CadaMinuto apontam que os peritos encontraram resíduos de pólvora na mão do empresário.
O principal suspeito na morte é o segurança da vítima, o sargento reformado da Polícia Militar de Pernambuco Jailson Melo. Ele se apresentou à polícia no dia 03 de setembro e, em depoimento, contou sua versão sobre o caso. Segundo o sargento, Sérgio Falcão pediu que fosse trabalhar armado e então Jailson decidiu pegar emprestada com o irmão, que também é policial militar no estado, uma pistola calibre 380.
Chegando ao andar, o segurança teria estranhado ao encontrar a porta do apartamento entreaberta. Ao encontrar o empresário, Sérgio Falcão teria aproveitado um momento de distração, pego a arma e cometido suicídio na sua frente. Bastante nervoso com a cena, o sargento reformado recolheu a arma e deixou o imóvel do empresário.
As imagens do circuito interno de TV do prédio mostram o guarda-costas nervoso, no elevador e é possível perceber o momento em que coloca a pistola na cintura. O segurança entra no elevador e desce até a garagem onde pega a moto e vai embora.
Sérgio Falcão enfrentava problemas financeiros com sua construtora e por isso vinha sofrendo com uma crise depressiva. A família do empresário descarta a possibilidade de suicídio e acredita que a morte esteja relacionada com questões financeiras.
Há quatro anos, Falcão vivia uma crise nos negócios, quando seu pai, fundador da construtora, morreu - a empresa estaria com 14 prédios em construção com obras praticamente paralisadas, sendo dois no Recife e 12 em Maceió (AL). Nos últimos meses, o empresário vivia uma depressão profunda, acentuada pelo fim do relacionamento com sua ex-esposa, com que tinha um filho de apenas 4 anos. Há dois meses, quando a mulher deixou a casa onde morava com Sérgio, ele não via a criança.