Já são cinco dias de paralisação dos médicos-legistas que trabalham no Instituto Médico Legal de Alagoas. Durante esse tempo, corpos se acumularam na sede do órgão aumentando a dor dos parentes de mortos em acidentes ou homicídios, que só puderam realizar os sepultamentos após uma determinação da justiça, mesmo sem os exames cadavéricos.

Ontem, o estopim do protesto foi a determinação do presidente do Sindicato dos Médicos de Alagoas (Sinmed), Wellington Galvão. Por descumprir uma ordem judicial, de que os médicos deveriam retornar aos trabalhos, Galvão foi levado à Central de Polícia, onde prestou depoimento e assinou um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO), sendo liberado em seguida.

Em meio a toda polêmica de uma suposta falta de negociação entre Governo e grevistas, o Governo de Alagoas encaminhou à imprensa, na manhã desta terça-feira (25), um comunicado esclarecendo os fatos quanto à ilegalidade da greve dos médicos peritos do Instituto Médico Legal e a prisão de liderança do Sindicato dos Médicos.

De acordo com a nota, a decisão sobre a ilegalidade da paralisação e o mandado de prisão foram expedidos pelo Poder Judiciário, em função do crime de desobediência a uma ordem judicial cometido pelo presidente do Sindicato dos Médicos, Wellington Galvão.

O Governo também esclareceu que mantém o diálogo franco e aberto com a categoria, criando uma mesa de negociação de alto nível, com reuniões no Tribunal de Justiça, com a presença de lideranças da categoria e quatro secretarias de Estado – Fazenda, Gestão Publica, Saúde e Defesa Social.

Uma proposta concreta de aumento dos vencimentos foi apresentada, com bolsa de R$ 2.500, já autorizada pelo governador, que será incorporada ao salário, a partir de janeiro, e mais um adicional de R$ 1.000, perfazendo um total de R$ 7.000, se contado o salário de ingresso do médico perito, que é de R$ 3.500.

A nota ressalta ainda que a greve dos médicos-legistas não atingiu os demais peritos criminais, como dentistas, que inclusive acataram a proposta da bolsa do governo e já recebem o aditivo desde agosto. A Secretaria da Gestão Pública adianta também que, até o final de 2014, os salários estarão equiparados com a média do Nordeste, no valor de R$ 7.800.

Por fim, sempre buscando o entendimento, calcado na transparência das negociações, o Governo permanecerá mantendo, acima de tudo, o interesse público que norteia a prestação de serviços para a população alagoana em todas as áreas.