Atualizado às 19h31.

Por determinação judicial, agentes da Divisão Especial de Investigação e Capturas (Deic) prenderam, na tarde desta segunda-feira (24), o presidente do Sindicato dos Médicos de Alagoas (Sinmed) , Wellington Galvão. Ele foi detido na sede do seu consultório no bairro de Jatiúca.

Ele prestou depoimento e logo após o TCO foi liberado.

Desde a última sexta-feira (21), os médicos legistas estão em greve por tempo indeterminado. Após a prisão, Galvão foi encaminhado para a Central de Polícia. Os delegados Ana Luiza Nogueira e Antônio Nunes participaram do cumprimento do mandado, expedido pelo presidente do Tribunal de Justiça Sebastião Costa Filho. A determinação da prisão se deu pela ausência dos médicos legistas aos plantões no Instituto Médico Legal (IML).

Antes de ser preso, Galvão conversou com a imprensa e culpou o governador Teotonio Vilela Filho (PSDB) e o secretário de Defesa Social, Dário César, pelo caos que se instalou no IML. “Como é que um governo quer não respeita os vivos vai respeitar os mortos? Tentamos por diversas vezes encontrar uma solução, mas quando chega no secretário Dário as negociações travam”, lamentou.

O sindicalista contestou a determinação do Conselho Estadual de Segurança Pública (Conseg) em solicitar os médicos da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros para o exercício da função no IML. “Se isso acontecer, eles estarão exercendo a função de forma irregular. Para atuar como legista é necessário a especialização e, em Alagoas, apenas os 30 médicos que estão parados são os que a possuem”, frisou. 

Representantes do Sinmed e médicos legistas acompanharam Galvão e afirmaram que "também querem ser presos". De acordo com o médico legista Luiz Carlos Buarque de Gusmão, a prisão do presidente do sindicato pode gerar uma reação em cadeia dos médicos de Alagoas. "Isso é uma agressão a toda classe médica. Vamos parar os postos de saúde, o HGE e Santa Mônica, somente mantendo os 30% exigidos pela lei. O governo está jogando os médicos de Alagoas na sarjeta. Os médicos estão desistindo de Alagoas e indo para outro estado. Estamos no fundo do poço", desabafou o legista.

No final da noite, Galvão foi liberado após assinar um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO).