A mãe folheia, aflita, o caderno do filho: - Olha esse caderno. É bonito, né? Comprei porque meu filho é muito estudioso e eu faço tudo para agradá-lo, mas veja como está o caderno. As páginas tudo em branco. Com essa reforma da escola já estou perdendo as esperanças do meu menino filho terminar o ano. Como ele vai aprender?
O filho da mulher aflita é um dos mais de quatro mil estudantes das escolas públicas estaduais em Alagoas que passam por uma interminável reforma de caráter emergencial.
O semblante da mãe do menino tem a crescente preocupação de outras milhares de mães, que entregam os filhos à escola para não perdê-los para as ruas.
O Estado alagoano desrespeita o direito à cidadania de milhares de jovens ao privá-los do direito máximo à educação.
*Os dados do Ideb de 2011, apresentados pelo Ministério da Educação (MEC) em conjunto com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), no último mês de agosto, colocaram o Estado de Alagoas como um dos mais precários em relação à Educação no país. Nos últimos dois anos, a média alagoana despencou de 3,1 para 2,9. Uma involução de 0,2 pontos negativos.
A condução dessas reformas emergenciais, que já, dura faz tempo, aponta para uma face do poder: o descompromisso com a educação libertária, aquela que gera conhecimentos e promove consciências.
O estado, impassível, ignora a aflição dessa, e de tantas outras mães, qualificando assim o conceito da violência social que diz combater.
Aflita, a mãe do menino questiona: De verdade, quando meu filho vai voltar para escola?
E eu, mera ouvinte, digo-lhe que não sei e irei perguntar ao Governador do estado.
Vossa Excelência sabe a resposta?

*Com informações do Jornal Gazeta de Alagoas.