Ranilson França não balança mais o ganzá. Faz seis anos que Ranilson o menino nascido pobre na Chã de Bebedouro, bairro periférico da grande Maceió, capital das Alagoas nos deixou. Em 14 de agosto de 2006, o grande folclorista se foi, enfronhando-se entre nuvens e o tempo, que ingrato, pôs uma pá de cal na memória deste cabra que fez história nos caminhos dos 195 anos das Alagoas dos Palmares.
Segundo, o jornalista Lelo Macena: Ranilson foi uma das mais reconhecidas escolas de pesquisa da cultura popular - onde constam nomes como Aloísio Vilela, Théo Brandão, Manuel Diégues Júnior, José Pimentel Amorim, José Maria de Melo, Félix Lima Júnior, José Maria Tenório Rocha e Pedro Teixeira, com muitos dos quais conviveu -, Ranilson França soube como poucos compreender a riqueza do processo criativo que nasce no seio das comunidades.
Trabalhei, uns anos, com Ranilson França na Secretaria de Estado da Educação de Alagoas, e o 16 de setembro- Emancipação Política de Alagoas- , quando o estado alagoano veste a roupagem de festa, me abre a lembrança n’alma dos preparativos dele e da equipe na correria nervosa para o desfile na avenida.
Por muitos anos, Ranilson França foi a alma desse desfile e, é inquietante perceber que a Alagoas política não valoriza a memória do mestre.
O mestre folclorista que dedicou boa parte de sua vida à luta e resistência em favor da preservação, divulgação e manutenção dos grupos populares.
Entidades, como Ranilson França não podem simplesmente cair no vácuo. Merecem ser reverenciadas no ritmo da história.
Ranilson rimava arte com a cultura alagoana nascida na simplicidade do povo simples. Uma simplicidade recheada de poesia que hoje , explode no silêncio dos cantos e ritmos da cultura popular. O mestre ainda faz falta!
Governador Teotônio Vilela já não é hora do estado valorizar a história do filho da terra?

Raízes da África