Uma semana após chacina na baixada, homenagens e protestos lembram 6 jovens mortos

15/09/2012 09:53 - Polícia
Por Redação

O assassinato de seis jovens em Mesquita, na Baixada Fluminense, completa uma semana neste sábado (15) e será lembrado por homenagens, protestos e atos ecumênicos durante o fim de semana.

Hoje, a partir das 9h, haverá uma caminha pela paz em Nilópolis, cidade na qual as vítimas moravam. A concentração acontece no calçadão da avenida Mirandela, no centro da cidade. Os organizadores pedem a quem for participar que use camisetas brancas e que leve faixas com mensagens que tenha paz como tema principal.

Já no domingo (16), a caminhada, que é uma forma de homenagem e protesto, vai partir da praça Senhor Canário, em Nilópolis, e vai até o Parque Natural de Gericinó, em Mesquita, onde os seis amigos teriam sido torturados e mortos por traficantes da favela da Chatuba.

Segundo Adriano Dias, da organização não-governamental ComCausa, a caminhada vai começar às 15h.

— Mais uma vez a sociedade da Baixada Fluminense tem que se posicionar diante da brutalidade dos assassinatos de Douglas, Vítor, Patrick, Christian, Glauber e Josias. Esses meninos não podem ser somente mais uma estatística de jovens mortos na nossa região.

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Os laudos cadavéricos feitos pelo IML (Instituto Médico Legal) nos corpos dos seis jovens confirmam que eles foram torturados antes de serem mortos pelo “tribunal do tráfico”. De acordo com Sérgio Henriques, diretor de Polícia Técnica da Polícia Civil, todos os rapazes foram encontrados pelados e foram agredidos com o cabo de algum objeto agrícola, como um ancinho, por exemplo. Nos corpos também havia marcas de facadas, principalmente no pescoço.
— É uma dinâmica comum em “tribunais do tráfico”. Mandam tirar a roupa, torturam e depois matam. Eles tinham marcas de que foram arrastados, as mãos estavam amarradas e tinham mordaças na boca, mas tudo isso feito após serem mortos.

Cada um dos jovens levou de três a quatro tiros de pistola calibre 380 e 9 mm, a maior parte na cabeça, e nenhum deles teve nenhuma amputação de membros.

Apesar de todos os ferimentos, o que provocou a morte foram os tiros na cabeça. Para o delegado Júlio da Silva Filho, da Delegacia de Mesquita (53ª DP), a motivação para a morte dos seis jovens foi o fato de terem sido confundidos com membros de uma facção criminosa rival.

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