O tio da jovem de 16 anos suspeita de, junto com o namorado, estrangular o taxista Ercole Castro Silveira, de 58 anos, na noite desta quinta-feira (6), na Linha Amarela, na altura da Cidade de Deus, falou sobre o caso nesta sexta-feira (7), na Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA). O casal de adolescentes é do interior de São Paulo e foi detido dentro do carro.

 

“Eles disseram que motorista bateu na cancela do pedágio da Linha Amarela e, em seguida, encostou o carro para ver se tinha acontecido algum dano, algum amassado. Nisso, eles contaram que ficaram assustados e queriam sair do táxi e que o motorista teria segurado eles achando que os dois não iriam pagar a corrida. E foi aí que teve a briga e toda a confusão começou”, disse Gilberto da Silva, tio da menor de 16 anos, e diretor de uma escola em Embu das Artes, Grande São Paulo. “Foi uma fatalidade. Só queria pedir perdão para a família do taxista, porque não tem mais o que dizer além disso.”

Segundo a polícia, os jovens de 16 e 17 anos eram passageiros do veículo e teriam usado a pochete do motorista para asfixiá-lo. Conforme a PM informou, eles estavam ao lado do corpo do taxista, no banco traseiro do táxi. Duas cápsulas de cocaína foram encontradas na bagagem da menor.

O casal tinha se conhecido há três meses e, segundo o tio, fugiu para o Rio. “Parece que eles queriam namorar mais ‘folgado’, porque não teriam tanta liberdade na casa da mãe dela”, comentou o tio. Segundo ele, a mãe da menina deve chegar na tarde desta sexta-feira (7) ao Rio de Janeiro.

O ataque aconteceu por volta das 20h, na pista sentido Barra da Tijuca. Agentes da Lamsa, concessionária que administra a Linha Amarela, estranharam o longo tempo em que o táxi parado no acostamento e acionaram policiais do Batalhão de Policiamento em Vias Especiais (BPVE).

Segundo o casal, o menor teria pedido ao taxista para parar para que ele urinasse. Ao retornar para o carro, ele teria flagrado o motorista tentando violentar a adolescente. A polícia e os colegas de profissão da vítima desconfiam da versão. Eles disseram ainda que estariam seguindo para a casa de um amigo onde ficariam hospedados na Cidade de Deus.

O taxista estava na cooperativa havia 25 anos. A polícia vai ter acesso nesta sexta-feira (7) ao relatório do sistema GPS, com a velocidade e o percurso feito pelos cooperativados. O aparelho foi usado pelo casal para agredir o taxista.

Os jovens teriam embarcado na Rodoviária Novo Rio ou nas imediações. Ainda segundo laudo, Ercole foi violentamente agredido antes de ser morto.

Segundo a polícia, o taxista estava sentado no banco traseiro com as mãos para cima, com marcas de mordidas e o rosto coberto de sangue e desfigurado.

O casal estava com as roupas totalmente sujas de sangue, conforme informou a polícia. A menor foi encontrada com a boca ensanguentada. O caso foi transferido da Divisão de Homicídios para a DPCA. De acordo com informações da delegacia, não há delegado nesta sexta-feira e os dois menores ficarão sob custódia na delegacia.