José Amaral é um preto de respeito, com um sorriso precioso que atropela os longos parágrafos da dispersão e uma determinação singular que se acomoda no fundo da alma da gente , sem desvios ou vírgulas desnecessárias e que nos recepciona com uma fraterno: seja bem vinda!
A hospitalidade de José Amaral, lá das Minas Gerais, desperta nossos lugares de memória africana. Da construção coletiva.
José Amaral, de Uberlândia Minas Gerais conhece os caminhos que desembocam no território do encontro, da partilha solidária.
É uma espécie de humano-mosaico, com imagens cortadas em tiras.
Tiras legitimas que evocam a essência de África: Èmí Wá! –Estou presente!
José Amaral possui longos braços que esquadrinham as possibilidades e perspectivas para a consolidação da caminhada coletiva: um passo adiante do outro, uma mão que segura a outra, cruzando as fronteiras da distância e alterando os pilares estruturais da competição desleal que quebra pernas e desgasta imagens.
José Amaral sabe substantivar a palavra movimento.
Ao chegarmos a Uberlândia, o preto de respeito, abriu as portas de sua casa lá no bairro Brasil para nos recepcionar.
A noite tinha cheiro de calor preto-humano, apesar do frio que açoitava a epiderme acostumada com o sol abrasador das Alagoas de Palmares.
Hoje após o lançamento da Cartilha Omirá, dia 06 de setembro, na véspera do feriado da independência, em Salvador e após comentar para plenária sobre a bem sucedida experiência do III Ciclo Nacional de Conversas Negras, em terras mineiras, me bateu uma saudade de Uberlândia e do aconchego da família Amaral e dos novos-velhos amigos.
Obrigada parceiro! Faltou dizer isso: sei você não teríamos conseguido.
Obrigada!