O ex-delegado Luiz Ozilak Nunes da Silva, que estava foragido havia cerca de dois anos e foi condenado pela Justiça de São Paulo a mais de 13 anos de prisão sob a acusação de lavar dinheiro do tráfico de drogas enquanto era policial civil, foi preso pela Corregedoria da Polícia Civil, nesta quarta-feira (5), em Juquitiba, interior de São Paulo. A informação foi confirmada ao G1 pelo Ministério Público Estadual. A equipe de reportagem não conseguiu localizar os advogados de Ozilak para comentarem o assunto.
De acordo com o promotor Arthur Pinto de Lemos Júnior, do Grupo Especial de Delitos Econômicos (Gedec), o ex-delegado Luiz Ozilak foi preso pela Corregedoria da Polícia Civil de SP no hotel que ele tinha construído em Juquitiba com o dinheiro da lavagem de dinheiro.
“Entendemos que a prisão foi importante porque é uma garantia da aplicação da pena que foi fixada pelo juiz e impede a reiteração da prática do crime”, disse o promotor Arthur Lemos Júnior.
Procurada pelo G1 para comentar o assunto, a assessoria de imprensa da Secretaria da Segurança Pública de SP não havia confirmado a prisão de Ozilak até as 14h desta quarta.
Ozilak foi demitido da Polícia Civil em setembro de 2008 por decisão do então governador José Serra (PSDB) por usar duas mulheres que não tinham renda para figurarem como suas sócias no Hotel Louisville Eco Resort Hotel & Conventions, em Juquitiba.
Segundo a Promotoria, esse hotel, avaliado em R$ 12 milhões à época, foi construído por Ozilak com o dinheiro da lavagem de dinheiro devido a seu envolvimento com o tráfico de entorpecente. Quando era delegado, o salário mensal dele era de cerca de R$ 5 mil.
Ainda segundo a denúncia do MP, o ex-delegado era procurado pela polícia desde meados de 2010, quando a Justiça havia decretado sua prisão preventiva.
Em janeiro deste ano, Ozilak foi condenado pela 10ª Vara Criminal de São Paulo a 13 anos, 10 meses e 5 dias de reclusão por lavagem de dinheiro do seu envolvimento com o tráfico de entorpecentes quando era delegado.
Durante as apurações do MP, Ozilak alegou em sua defesa que não tinha qualquer envolvimento com lavagem de dinheiro e tráfico de drogas. Ele chegou a tentar justificar o crescimento de seu patrimônio dizendo ter ganhado 17 vezes na Loteria Federal. Apesar disso, foi acusado de usar o dinheiro do tráfico para comprar um hotel e cavalos de raça que disputavam provas de turfe na capital paulista.
Por decisão da Justiça, o hotel em Juquitiba, com mais de 60 apartamentos e seis piscinas, foi sequestrado e teve um administrador nomeado. O novo responsável foi expulso do imóvel por pessoas que teriam ligação com Ozilak. Elas seriam policiais militares.
De acordo com Gedec, Ozilak começou a sua carreira criminosa no início dos anos de 1990. Em 2001, um avião Sêneca com 549 quilos de cocaína, que seriam da quadrilha dele, caiu na Amazônia e foi aprendido com a droga.