Ex-segurança de Falcão vai se apresentar à polícia

30/08/2012 05:05 - Polícia
Por Redação
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Nesta quinta-feira (30), a polícia começa a ouvir as pessoas envolvidas na morte do empresário Sérgio Falcão, de 52 anos, que apareceu morto no prédio de luxo onde morava, em Boa Viagem, Recife, na última terça (28). O delegado responsável pelas investigações, Wagner Domingues, afirmou que o principal suspeito do crime, um ex-segurança da vítima que apareceu em imagens do circuito interno do edifício segurando uma arma, deve ser apresentado até a segunda (3).

"Essa pessoa [ex-segurança] vai ser apresentada pelo advogado. O advogado [do ex-segurança] já compareceu aqui, se comprometendo a apresentá-lo. A gente vai colher o depoimento dele. Em uma entrevista, a gente vai saber qual a linha, o argumento que ele vai apresentar", explicou Wagner Domingues.

A polícia não informou que horas os depoimentos começarão a ser colhidos. A expectativa é de que pelo menos a empregada doméstica, que estava na casa do empresário na hora do fato, e o porteiro do prédio sejam ouvidos. A vítima morava no décimo andar do edifício 14 Bis, em Boa Viagem. Nesta quarta-feira (29), uma equipe formada por peritos do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e do Instituto Tavares Buril (ITB) voltou ao local e encontrou a bala que teria vitimado o empresário.

O trabalho, iniciado por volta das 10h, durou cerca de quatro horas. O grupo do DHPP encontrou o projétil no teto do closet transformado pelo empresário em escritório, onde também foi encontrado o corpo. Um exame visual indicou que a bala é, provavelmente, de uma pistola. A arma que vitimou o homem ainda não foi localizada.

Com um arquiteto na equipe, foi feita a planta baixa do apartamento e do local onde foram encontrados o corpo e a bala. O DHPP quer encontrar vestígios que levem às circunstâncias em que aconteceu a morte. Eles estão com as imagens das câmeras do edifício, que devem ser entregues à polícia na próxima semana. A possibilidade de reconstituição do caso não foi comentada pela polícia.

Homicídio ou suicídio?

Ao recebê-lo, Sérgio teria pedido à empregada para se retirar para outro cômodo. Ela teria dito à polícia que ouviu uma discussão e um som que não identificou imediatamente como tiro. O corpo foi encontrado no chão do closet, com uma perfuração na parte de trás da cabeça. O ex-segurança foi visto nas imagens guardando uma arma na cintura, nervoso, atrapalhado com os botões do elevador, na saída.

Um dos peritos que examinaram o corpo informou que, no Instituto de Medicina Legal (IML), os médicos legistas verificaram que havia um ferimento também no céu da boca, o que pode indicar um tiro que entrou pela boca e saiu pela nuca.

"Com o cálculo da linha de tiro, vamos poder definir a natureza jurídica do tiro. Se existiu um atirador, se [o tiro] foi realizado pela própria vítima. Nós fizemos um estudo do local, tomamos medidas do espaço. Com as distâncias, junto a outros vestígios, vamos poder determinar como aconteceu a morte", afirmou o perito Sérgio Almeida, que comandou a equipe.

O Instituto de Criminalística (IC) informou que o exame que pode detectar resíduo de chumbo na mão da vítima já foi feito, mas o resultado não será divulgado por enquanto.

A polícia não descarta a possibilidade nem de homicídio nem de suicídio. De acordo com a polícia, há informações de que a construtora poderia estar passando por problemas financeiros. "Pegamos também as últimas ligações feitas a partir do telefone fixo do apartamento para saber as últimas pessoas com quem ele falou", contou Sérgio.

Análise das digitais

A equipe do ITB encontrou seis fragmentos de digitais, coletadas em locais como parede, porta e pia, que ainda serão analisadas. Eles querem saber quantas pessoas circularam no apartamento e em que cômodos.

"Esses seis fragmentos podem ou não ser de uma mesma pessoa ou de várias, só depois de uma análise mais detalhada do laboratório é que vamos poder afirmar quantas pessoas eram", disse o perito Nilson Oliveira.

O caso

O empresário Sérgio Barros Falcão foi encontrado morto em seu apartamento, na Avenida Boa Viagem, área nobre da Zona Sul do Recife, no começo da tarde da terça (28). As câmeras de segurança do prédio mostraram o ex-segurança do empresário, um policial militar reformado, chegando de moto ao local e subindo para o apartamento.

A empregada, que estava na casa, disse à polícia que foi trancada na cozinha e ouviu uma discussão e um barulho que, a princípio, não associou a tiro. As câmeras mostraram também o ex-segurança deixando o apartamento e colocando uma pistola na cintura.

O corpo foi enterrado no Cemitério Morada da Paz, em Paulista, no Grande Recife, nesta quarta (29). A família pediu que os jornalistas ficassem distantes.

Sérgio era dono da construtora Falcão, com atuação em Pernambuco e Alagoas, empresa que, segundo a polícia, vinha atravessando problemas financeiros.

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