O delegado responsável pelas investigações iniciais da morte do empresário Sérgio Falcão, 52 anos, ocorrido na última terça-feira (28), no Recife, ouviu o primeiro depoimento do caso na manhã desta quinta-feira (30). A empregada doméstica que estava com a vítima no apartamento na hora do crime afirmou à polícia não ter ouvido discussão entre o suspeito e o empresário.

O suspeito é um homem que prestava serviços esporádicos de segurança para Sérgio Falcão, que não teve o nome divulgado para não comprometer as investigações. De acordo com a polícia, um advogado que o representa já entrou em contato afirmando que ele deve se apresentar para prestar esclarecimentos até a próxima semana. O modo como a apuração vai prosseguir deve ser definido a partir do depoimento do suspeito.

Apesar de haver um suspeito, o delegado Wagner Domingues ainda mantém a hipótese de suicídio entre uma das duas linhas de investigação. Foi feito um exame residográfico para detectar a presença de chumbo nas mãos do empresário. Segundo o delegado, o resultado já está pronto, mas só será divulgado quando estiverem prontos também os laudos do Instituto de Criminalística (IC) e do Instituto de Investigação Tavares Buril (IITB).

A Construtora Falcão, de propriedade da vítima, apresentava problemas, como obras não entregues. A vereadora Dra. Vera Lopes, moradora do prédio, afirmou que Sérgio Falcão estava muito abalado psicologicamente devido à crise financeira por que passava.

A empregada afirmou que o patrão teve uma série de comportamentos estranhos no dia da morte. O primeiro apontado por ela, de acordo com o delegado, é que ele atendeu o interfone para autorizar a entrada do suspeito no prédio. Segundo a polícia, ele não costumava ter acesso ao apartamento durante o tempo em que prestou serviço. Não há mais depoimentos marcados para esta quinta-feira.

Quando o suspeito entrou no apartamento, segundo a empregada, o empresário pediu que ela ficasse em um cômodo reservado para que ele tivesse privacidade. De acordo com a polícia, ela afirmou que havia escutado que os dois estavam conversando, mas não sabia o conteúdo. Alguns minutos depois, a empregada ouviu um barulho que, segundo ela, parecia de um móvel caindo no chão, que pode ser o do tiro.

Depois, um rapaz chegou ao apartamento para entregar roupas do empresário que haviam sido limpas em uma lavanderia. A empregada afirmou que foi ao quarto onde Sérgio Falcão estava, viu uma gota de sangue e ele deitado no chão. Pensando que ele estava desmaiado, chamou o rapaz da lavanderia para ajudar e ficou na área de serviço. Segundo a empregada, foi ele que percebeu que o empresário estava morto.

Assustada, ela chamou os porteiros, que também estiveram no apartamento. Dessa forma, além da vítima, cinco pessoas estiveram no quarto na hora ou minutos depois do crime. O delegado Wagner Domingues afirmou que está entrando em contato com eles, mas não há mais depoimentos marcados para esta quinta-feira.

Fonte: NE10