Num semestre onde já foram registrados 38 assaltos a bancos em Alagoas, a delegada Maria Angelita, chefe da Secção Especial de Combate a Roubos a Banco (Serb) da Polícia Civil de Alagoas, descartou a ligação entre os crimes, ocorridos em sua maioria no interior do estado, e o ano eleitoral.

As quadrilhas, compostas por nativos e criminosos oriundos de outros estados, vêm se especializando neste tipo de crime, que tem como principal foco o dinheiro das agências bancárias e não o financiamento das eleições 2012. Até o momento, duas quadrilhas foram presas, após o trabalho investigativo da Polícia Civil de Alagoas.

“Não há relação entre os assaltos e o pleito de 2012. O que a Polícia concluiu é que pelo menos essas duas quadrilhas presas contam com integrantes que tem o único interesse do dinheiro das instituições bancárias”, colocou a delegada, descartando que os assaltos possam ser orquestrados por candidatos aos cargos de vereador e prefeito, nos 102 municípios alagoanos.

As quadrilhas são compostas, em sua maioria, por alagoanos, que encontram de forma ilícita um meio de sobrevivência. Além disto, alguns criminosos deixam o estado para praticar assaltos em terras vizinhas, mas acabam retornando a Alagoas onde prosseguem com o crime organizado. O foco no interior está diretamente ligado, segundo Maria Angelita, a falta de equipamentos de segurança mais eficazes, diferente do que acontece nas agências bancárias na capital.

A delegada confirmou também que a polícia segue trabalhando nas investigações para tentar prender as demais quadrilhas que continuam atuando nos assaltos a bancos em Alagoas. Maria Angelita lembrou que a crescente ação das quadrilhas com seqüestros a gerentes ou parentes vem sendo tratada com bastante cautela por uma equipe da polícia. “Nosso trabalho vem ocorrem de forma a prender todas as quadrilhas que atuam neste crime em Alagoas”, concluiu Maria Angelita.

Na sexta-feira da semana passada, em menos de seis horas, três agências bancárias foram alvos da ação de quadrilhas, nos municípios de Mar Vermelho, Batalha e Canapi. Em Mar Vermelho, por exemplo, o grupo utilizou dinamite para explodir a instituição financeira; já em Canapi, a quadrilha cortou fios das câmeras de segurança da cidade, para impedir que a ação fosse gravada; e em Batalha, um gerente chegou a ser sequestrado enquanto retornava numa van para sua residência.

A delegada garante que as ações estão sendo investigadas e que prisões podem ocorrer ainda esta semana.