De posse do relato de tortura do preso, Al-Unser Silva do Nascimento, o juiz da 16ª Vara Crminal, José Braga Neto, determinou diligências do Ministério Público Estadual e do Ministério da Justiça com objetivo de identificar os agentes do Sistema Prisional que são apontados por Silva de colocá-lo em situação humilhante para assumir o assassinato do torcedor do Clube de Regatas do Brasil (CRB), Jônatas Daniel dos Santos, 24 anos, crime ocorrido no último sábado (07), após partida pela Série B do Brasileirão.

De acordo com o magistrado, o MPE e o Ministério da Justiça serão os responsáveis por apurar as declarações do preso. “Conversei pessoalmente com Al-Unser e ele relatou todas as situações. São visíveis as lesões que ele sofrera ao entrar no Sistema Prisional. Logicamente, que não comungamos com esse procedimento”, alertou Braga.

O magistrado informou que o preso relatou, também, que sofreu tortura para assumir o assassinato enquanto estava na delegacia de homicídios. “Segundo ele, alguns agentes da PC também teriam praticado esse crime. Sabemos que ele não deu entrada no Sistema com nenhuma lesão visível. Al-Unser disse que teve um saco plástico envolto na cabeça, chegando até a desmaiar ”, ressaltou.

Segundo as investigações da Polícia Civil, o acusado, integrante da torcida organizada Máfia Vermelha, do América do RN, teria efetuado o disparo, usado um revólver calibre 38, apreendido no interior do ônibus que trouxe os torcedores de Natal para Maceió. Jônatas Daniel foi baleado em frente ao estádio Rei Pelé, no bairro do Trapiche da Barra.

Jônatas Daniel ainda chegou a ser socorrido por uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel Urgência (SAMU) e levado para o Hospital Geral do Estado (HGE), mas não resistiu aos ferimentos e acabou morrendo.